| PÁGINAS

domingo, 20 de julho de 2025

🌀O Simples Pode Ser Simplesmente Imenso

. . .

Às vezes, nas coisas mais simples, encontramos uma imensidão que nos passa despercebida. Olhamos para o cotidiano e esquecemos de observar o que ele tem de extraordinário, como uma tela em branco à espera de cores vibrantes. O simples é como uma folha ao vento, que não se apressa, mas percorre o caminho que lhe é dado com calma e graça. Talvez seja essa a verdadeira arte da vida: viver o simples e perceber sua profundidade.

O simples não exige de nós uma complexidade que nos sobrecarregue, mas, ao contrário, traz consigo a beleza da leveza. Um sorriso, por exemplo, é algo simples, mas que pode mudar o curso de um dia, transformar uma tristeza em alívio. Ou uma palavra dita com carinho, um gesto de compaixão. Tudo isso é simples, mas é capaz de tocar o coração de quem recebe. O que nos torna humanos é a capacidade de entender que o simples tem um poder incomensurável, que ele pode salvar, acalmar, transformar.

A natureza, com sua perfeição que parece um tanto irrepreensível, é um grande exemplo disso. Uma flor que desabrocha no campo, uma gota de chuva que cai suavemente, o som das ondas quebrando na praia — tudo isso é simples. Mas, ao contemplarmos, podemos sentir que ali reside algo imenso, algo que transcende nossa compreensão limitada. O simples, por mais que o busquemos em sua forma mais pura, sempre guarda uma profundidade que nos toca, que nos chama para refletir sobre nossa própria vida, sobre como fazemos do nosso simples cotidiano uma experiência de plenitude.

Talvez, no fundo, o simples seja o mais grandioso que podemos alcançar. Não precisamos buscar grandes feitos ou realizações para sentir que estamos completos. Às vezes, tudo o que precisamos é estar presentes no momento, observar o que já está à nossa volta, e, com olhos atentos, perceber a grandiosidade da simplicidade.

A vida, quando vivida com consciência, é um poema de momentos simples que se entrelaçam para formar a mais bela das histórias. E assim, o simples pode, sim, ser simplesmente imenso. Porque, no fim das contas, o que realmente importa não são as complexidades que criamos, mas os pequenos gestos que nos fazem sentir vivos e conectados uns aos outros e ao mundo que nos cerca.

🌀Tem pouco que é tão tanto!

. . .

Às vezes, a vida nos pede para desacelerar, olhar para dentro e perceber que o que, em um primeiro momento, parece ser pequeno, é na verdade imenso. A correria do dia a dia nos faz acreditar que só o grandioso importa, que só o que é imensurável tem valor. Mas, e se a grandeza estivesse nas pequenas coisas?

Pense em um sorriso que não se espera, em um gesto de carinho que não é pedido, em um momento de silêncio compartilhado. Tais instantes podem ser tão simples quanto uma palavra sussurrada ao ouvido ou uma xícara de café oferecida sem que se precise pedir. E, no entanto, esses momentos são carregados de significados, de atenção e de cuidado. Em seu pequeno tamanho, são maiores do que muitos eventos grandiosos.

Às vezes, o mundo nos engana, nos fazendo acreditar que precisamos de mais. Precisamos de mais sucesso, mais reconhecimento, mais conforto. Mas e se o que precisamos já estiver à nossa volta, só que em uma forma compacta, silenciosa, humilde? Não há tanto no que é tanto. Pode ser que o pouco, aquele pedaço de realidade discreta e quase despercebida, seja o suficiente para nos preencher de uma forma que o vasto nunca será capaz de fazer.

Parece contraditório, mas a verdade é que, em muitos casos, temos o que precisamos bem à nossa frente, disfarçado de pouco. Como aquele sorriso que muda o nosso dia, ou aquele abraço apertado que nos faz sentir amados e completos. Talvez, no fundo, o segredo esteja em reconhecer que o pouco é tão tanto, porque ele é genuíno, é do nosso tamanho.

O que precisamos, afinal, não são montanhas de coisas ou promessas vazias. Precisamos de momentos que toquem nossa alma, que aquecem nosso coração. E esses momentos, em sua simplicidade, são mais poderosos do que qualquer grande feito. Porque o que é realmente importante, o que realmente faz diferença, se revela no que é simples, no que é discreto, no que parece ser pouco, mas é tanto.

E talvez, no fim das contas, seja isso que a vida espera de nós: a capacidade de ver o imenso no mínimo, o extraordinário no ordinário, o tanto no pouco.

E, talvez, seja isso que faça toda a diferença.

🤐O Silêncio Que Ensina!

. . .

Há um momento, entre o barulho do mundo e o murmúrio do coração, em que a vida sussurra verdades que não vêm em livros nem em vídeos motivacionais. Elas chegam discretas, como vento entre as folhas — e só quem escuta, realmente escuta, recebe seus ensinamentos.

A gente passa anos correndo atrás de respostas, acumulando conquistas como quem coleciona troféus numa estante. Mas, às vezes, a grande lição não vem do sucesso. Vem do tropeço. Da dor que reorganiza. Do fracasso que desce ao porão da alma para acender uma luz nova.

Aprendemos com o tempo — e não há atalho para isso. A paciência nos ensina que o que não floresceu hoje talvez precise de mais uma estação. A humildade nos mostra que saber ouvir é tão valioso quanto saber falar. E a gratidão revela que o essencial quase sempre está ao nosso lado, em silêncio, esperando ser notado.

O curioso é que nem sempre prestamos atenção. Porque escutar exige parar. E parar, em um mundo que gira cada vez mais rápido, parece um luxo. Mas talvez seja essa a primeira lição: desacelerar para entender que viver não é acumular — é sentir.

Então, escute. A vida não grita. Ela sussurra.

sábado, 19 de julho de 2025

😭As Lágrimas que Não Chegam aos Olhos

. . .

Nem sempre quem sorri está feliz. E talvez essa seja uma das maiores sutilezas da alma humana. Há dores que aprendem a se esconder tão bem que parecem não existir. A gente se acostuma a usar o riso como um escudo — não para enganar o outro, mas para proteger a si mesmo.

O sorriso pode ser uma cortina. Delicada, leve, mas espessa o suficiente para que ninguém perceba o que se passa por trás. É fácil dizer “está tudo bem” quando o coração está fazendo esforço para não desabar. A rotina, os compromissos, os olhares rápidos e os julgamentos silenciosos não deixam muito espaço para desabafos sinceros. Então, a dor se adapta. Aprende a morar dentro da gente. Aprende até a se calar.

Há lágrimas que não escorrem pelo rosto. Elas preferem se aninhar por dentro, silenciosas, como se esperassem o momento certo para serem compreendidas. E, às vezes, esse momento nunca vem. A vida passa, o tempo corre, e aquelas dores pequenas — ou imensas — continuam ali, sem nome, sem cor, sem explicação.

A verdade é que todo mundo carrega algo que não mostra. Uma ausência que ainda pesa, um medo que não confessa, uma saudade que aperta devagar. E é por isso que gentileza nunca é demais. Aquele que hoje sorri pode estar lutando uma batalha invisível. Aquela piada contada com graça pode esconder uma noite mal dormida, uma incerteza sufocante, uma tristeza que ainda dói.

Jane Austen, com sua sensibilidade tão atenta às emoções humanas, sabia disso. O coração é um lugar profundo demais para se mostrar por inteiro. Às vezes, tudo o que conseguimos oferecer ao mundo é um sorriso. E isso já é muito.

Então, da próxima vez que cruzar com alguém sorrindo, lembre-se: talvez aquele sorriso esteja pedindo, em silêncio, um pouco de ternura.