Dizem que a águia, senhora dos céus, carrega em si um dos maiores segredos da natureza: a longevidade. Pode viver até 70 anos, mas… não sem antes encarar uma dura escolha no meio do caminho.
Quando chega aos 40, seu corpo já não responde como antes.
O bico, antes afiado, se curva contra o peito.
As garras, longas e frágeis, já não seguram mais as presas.
As penas tornam-se pesadas, grossas, e o voo… Ah, o voo vira quase um suplício.
Então, a vida lhe oferece dois caminhos:
Desistir… ou mudar.
Se escolhe mudar, a jornada não é fácil.
Ela sobe até o topo de uma montanha, se recolhe.
Ali, num silêncio cheio de dor e coragem, começa seu ritual de transformação.
Primeiro, quebra o próprio bico, batendo-o contra a rocha.
Espera, paciente, que um novo nasça.
Com ele, arranca suas garras envelhecidas.
E quando as novas despontam, arranca uma a uma as penas pesadas, libertando-se do que já não a faz voar.
Cinco meses.
De dor. De espera. De recomeço.
E então, renascida, ela abre novamente suas asas.
O céu é todo dela outra vez.
Um voo de liberdade. Um voo de vida. Mais 30 anos pela frente.
— E nós?
Quantas vezes carregamos bicos curvados, garras que não seguram mais nada, e asas pesadas de passado, de mágoas, de velhos hábitos?
Às vezes, só nos resta subir a nossa própria montanha, silenciar, encarar as dores da mudança… e renascer.
A vida sempre cobra coragem.
Coragem de deixar para trás o que não serve mais.
Coragem de abrir mão do que pesa, do que trava, do que sufoca.
Porque, no fim, só quem tem coragem de se renovar, volta a voar.
Pense nisso!
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