Existe um antigo provérbio que diz:
“Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras.”
Durante muito tempo, plantar uma tamareira era um gesto de pura generosidade. As árvores levavam décadas — às vezes uma vida inteira — para darem frutos. Quem plantava sabia, desde o primeiro punhado de areia revolvido, que provavelmente não estaria aqui para ver os resultados.
Mas isso nunca foi problema. Porque quem planta, não planta apenas para si. Planta para os filhos, para os netos, para os que virão. Planta porque entende que a vida é um fio que se estende muito além dos nossos próprios passos.
O velho que planta tâmaras no meio do deserto responde, sem pressa e sem arrogância, à pergunta inquieta do jovem que só vê o agora:
“Se todos pensassem como você, ninguém colheria tâmaras.”
Essa é a grande lição.
Nem tudo que fazemos é para o nosso próprio benefício.
Nem tudo que construímos precisa, obrigatoriamente, nos servir.
Às vezes, o maior sentido da vida está em deixar um legado,
em ser ponte, em ser raiz, em ser semente.
Plantar é um ato de fé no futuro.
É dizer, silenciosamente:
‘Eu talvez não veja, mas eu acredito que vai florescer.’
Então, continue plantando.
Palavras, ações, afetos, gentilezas, sonhos.
O mundo precisa — hoje mais do que nunca — das suas tâmaras.
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