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terça-feira, 16 de setembro de 2025

🤦🏼‍♂️Nem tudo é sobre você!

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Nem tudo é sobre você.

Na verdade, quase nada é.

A vida se move por forças invisíveis,

as pessoas carregam dores que você não vê,

correm em pressas que não são as suas,

temem medos que não lhe pertencem.

O mundo gira em órbitas que escapam à lógica —

e, na maior parte do tempo,

não têm nada a ver com você.

Nem todo olhar atravessado era recado.

Nem todo silêncio foi julgamento.

Nem toda ausência foi escolha contra você.

Às vezes, a pessoa apenas atravessa sua própria tempestade.

Solte o peso que não lhe cabe.

Respire.

Você não precisa ser o centro da narrativa.

E, convenhamos,

que alívio é não ser.

 


segunda-feira, 15 de setembro de 2025

🆚Entre o valente e o covarde

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Na vida, aprendemos cedo que a coragem e a covardia não se manifestam apenas nos grandes gestos, mas nos pequenos movimentos cotidianos. O valente se apresenta de frente: diz o que pensa, encara o que teme, assume as consequências do que decide. Com ele, não há surpresas escondidas, apenas o peso natural de enfrentar a vida de peito aberto. Pode até ferir, pode até confrontar, mas há honestidade no seu ato.

O covarde, porém, é diferente. Ele caminha em silêncio, esconde o olhar, disfarça intenções. Não enfrenta — espera o momento de não ser visto para agir. Sua arma não é a força nem a verdade, mas o disfarce. Ele se aproxima com sorrisos, mas guarda pedras nos bolsos. Age nas sombras, onde o silêncio lhe serve de escudo e a omissão de disfarce.

Por isso, é mais perigoso. O valente te desafia diante do sol, mas o covarde te apunhala na sombra. O primeiro te ensina, o segundo te engana. O confronto com o valente pode até doer, mas fortalece; a traição do covarde, essa sim, dilacera.

É preciso aprender a distinguir os dois: o que ergue a voz e o que finge calar, o que te olha nos olhos e o que desvia o olhar, o que te enfrenta de frente e o que se esconde atrás de máscaras.

E talvez o maior exercício da vida seja esse: não temer o confronto justo do valente, mas manter distância da traição silenciosa do covarde. Porque o primeiro nos mostra quem somos; o segundo tenta nos roubar a própria essência.

O valente fere de frente; o covarde destrói pelas costas.

Um te ensina a resistência, o outro te rouba a confiança.

Entre a dor do confronto e a dor da traição, é sempre a segunda que deixa cicatrizes mais profundas.

Por isso, não tema o valente — tema o silêncio do covarde.

sábado, 13 de setembro de 2025

❤️O coração indica o caminho certo

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O coração sempre fala. Não em palavras, mas em pulsares que se confundem com a própria vida. Ele não grita, não impõe, não exige. Apenas sussurra, com uma clareza que desafia qualquer lógica. O problema é que, na maior parte do tempo, não temos a coragem de ouvi-lo.

O coração indica o caminho certo — aquele que nos aproxima da essência do que somos, que nos leva para onde há verdade, mesmo que doa, mesmo que seja difícil. Mas preferimos os atalhos da razão apressada, da conveniência, do que parece mais seguro aos olhos de fora. É que seguir o coração exige vulnerabilidade: assumir riscos, abrir mão de máscaras, enfrentar a possibilidade do erro.

A vida, no entanto, é feita desses riscos. Não seguir o coração pode até nos proteger das quedas, mas também nos afasta dos voos. E, no fundo, é voar que o coração pede. Ele sabe que o certo não é o mais fácil, nem o mais aceito, mas o que nos faz inteiros.

Talvez o silêncio do coração só se torne ruído quando insistimos demais em ignorá-lo. Ele aperta, arde, inquieta, até que percebemos: não é ele que dói, é a nossa resistência a escutá-lo.

E quando finalmente temos coragem de seguir sua voz — ainda que tremendo, ainda que incertos — descobrimos que o coração não nos prometia destinos perfeitos. Apenas nos convidava a caminhar com autenticidade. E isso, por si só, já é um caminho certo.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

🚏O roteiro invisível da vida

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A vida é uma incógnita que se revela de formas múltiplas, mas não acredito que se desenrole de maneira aleatória, tampouco que deslize suavemente pelo acaso. Não possuímos todas as respostas — na verdade, ninguém as tem. As dúvidas e incertezas se multiplicam, alimentadas por fatos e acontecimentos inglórios que, muitas vezes, julgamos injustos ou até inexplicáveis.

Poderia ter sido diferente? Por que aconteceu assim? Perguntas que ecoam, misturando sentimentos e pensamentos que quase sempre nos conduzem ao terreno frágil da dúvida e à inconsistência da alma humana.

A vida, no entanto, segue um roteiro invisível, determinado por ações e reações que partem de cada um de nós. Há um ritmo, uma cadeia que é ao mesmo tempo física e espiritual, moldada pela essência do que somos e pelo que escolhemos. Cada indivíduo traça a própria preferência, caminha pela própria estrada — seja ela voltada ao bem ou ao mal.

Versão Poética

A vida é um enigma que se desenha em traços inesperados. Não creio, porém, que se mova ao sabor do acaso, como se fosse apenas vento perdido no espaço. O que nos acontece, por mais obscuro que pareça, guarda sempre um sentido oculto, mesmo quando nossos olhos não conseguem alcançá-lo.

Quantas vezes nos perguntamos: poderia ter sido diferente? Por que assim e não de outro modo? São interrogações que nos ferem, mas também nos moldam, porque revelam a fragilidade da alma diante do inexplicável.

A vida segue um compasso misterioso, sustentado por ações e reações que brotam de nós mesmos. É uma sinfonia de escolhas, entrelaçando corpo e espírito, destino e liberdade. Cada ser caminha em sua cadência, e nessa cadência decide se dança ao lado do bem ou se tropeça nas sombras do mal.

Versão Filosófica

A vida é, antes de tudo, uma incógnita. Não se limita a uma sequência de acasos, nem se sustenta apenas em linhas aleatórias. Há um encadeamento que se forma a partir de nossas ações, de nossas escolhas e até de nossas omissões.

Ninguém detém todas as respostas. As dúvidas são inerentes à condição humana, fruto de acontecimentos que julgamos injustos ou inexplicáveis. Perguntas ecoam em nós: poderia ter sido diferente? Por que, afinal, aconteceu? A dúvida nos acompanha como sombra inevitável, expondo a imperfeição de nossa consciência.

A existência segue uma lógica silenciosa — uma cadeia que une matéria e espírito, causa e consequência. Dentro dela, cada indivíduo é agente e autor: determina caminhos, imprime preferências, constrói percursos. No fim, a vida não é puro acaso, mas também não é destino rígido; é uma trama contínua, entre liberdade e responsabilidade, entre bem e mal.


 


segunda-feira, 8 de setembro de 2025

💡Seja Luz!

☀️A Luz que Reflete

Como será que as pessoas nos veem? Que imagem refletimos quando caminhamos pelo mundo?

Falar de Cristo é fácil. Difícil mesmo é viver de modo que as pessoas O reconheçam em nós sem que nenhuma palavra precise ser dita.

Anunciar o Reino vai além de discursos e frases prontas. É no silêncio dos gestos que o Evangelho grita mais alto. Está na bondade que oferecemos, no amor que entregamos sem esperar nada em troca, na integridade que sustentamos mesmo quando ninguém está olhando.

Não fomos chamados para julgar. Fomos chamados para amar. Essa é a essência. Esse é o reflexo.

Há uma sede imensa no mundo. Gente perdida, gente cansada, gente precisando de um gole da Água Viva. E nós temos essa fonte dentro de nós. Por isso, por que guardar para nós mesmos?

Jesus nos chamou para ser luz. Não rejeite esse chamado. Ilumine. Caminhe com confiança.

Seja farol na escuridão. Porque, no fim, é isso que o mundo mais precisa: menos julgamentos e mais luz.

 

🔦Quando a Luz Não se Cala

Não é no barulho que o Evangelho ecoa, mas na quietude do gesto.

As palavras, por si só, podem até soar bonitas, mas o amor… Ah, o amor fala mais alto.

Fala quando perdoamos, quando estendemos a mão, quando insistimos em ser inteiros num mundo partido.

Não fomos chamados para pesar balanças, mas para acender lampiões.

A sede é grande lá fora, mas a fonte está aqui dentro.

Jesus nos confiou a luz. Não para escondê-la, mas para deixá-la brilhar.

Então brilhe. Porque, mesmo quando ninguém diz nada, a luz fala.

 

🕯️Mais Luz, Menos Voz

Sabe o que mais convence? Não é o sermão, é a vida.

O mundo não precisa de pregadores que falem bonito, mas de pessoas que vivam o que dizem crer.

Bondade é argumento. Amor é prova. Integridade é a resposta que cala qualquer dúvida.

Não aponte o dedo. Estenda a mão.

Não fale sobre luz. Seja luz.

Afinal, quem tem a Água Viva não guarda para si: compartilha.

Ilumine, porque tem gente tropeçando no escuro, sedenta por esperança. E talvez você seja o único farol no horizonte delas.

 

 


😵Solidão na Multidão

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Eu me sinto sozinho ainda rodeado por uma multidão. Meu coração bate descompassado, acelerado, num ritmo que não consigo acompanhar, um compasso que beira a ansiedade. A tristeza invade minha vida e rouba tudo aquilo que eu mais almejo. Meus pensamentos fogem ao meu controle, e dentro deles a escuridão domina, querendo tomar para si o que guardo no meu peito.

O amor, a paz e a alegria se tornam prisioneiros dessa sombra que insiste em crescer. Eles não conseguem reagir, sucumbem a cada passo que tento dar. Cada palavra que pronuncio parece desmoronar junto com esses sentimentos. Lágrimas escorrem, marcando a alma com um amargor que ofende e ameaça o meu desejo de viver.

🫥Sozinho na multidão (CONTO)

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Na sala silenciosa do consultório, o homem sentou-se pesadamente, os olhos carregados de uma luta invisível. O psicólogo, com um olhar calmo e atento, convidou-o a falar.

— Às vezes, eu me sinto completamente sozinho, mesmo rodeado por tanta gente — começou o homem, a voz trêmula. — Meu coração dispara, é como se ele não conseguisse encontrar um ritmo certo, e essa ansiedade me consome.

O analista inclinou-se levemente, sinalizando interesse sem interromper.

— A tristeza invade tudo que eu quero — continuou — como se uma escuridão dentro da minha mente quisesse roubar o pouco que resta de amor, paz e alegria.

Ele fez uma pausa longa, como se as palavras o vazassem.

— E é difícil controlar esses pensamentos que me dominam, que me fazem sentir prisioneiro de mim mesmo. As lágrimas caem sem pedir permissão, e eu me afogo nelas.

O psicólogo falou com voz serena:

— O que você sente agora é real e doloroso, mas também é uma parte da sua história. Essas emoções, por mais escuras que pareçam, não são um fim, são um chamado para buscar um caminho de volta à luz que você sente ter perdido.

O homem olhou pela janela, o olhar fixo no horizonte distante.

— Como encontrar essa luz? Quando tudo o que eu sinto é esse peso em meu peito?

— Encontrar a luz começa com pequenas ligações com o que ainda pulsa dentro de você — respondeu o analista. — O amor, a paz e a alegria podem parecer cativos, mas não estão perdidos. Podemos caminhar juntos para entender e libertá-los.

O homem respirou fundo, sentindo, talvez pela primeira vez, que sua escuridão não precisava ser enfrentada sozinho.

domingo, 7 de setembro de 2025

💺Janela da Última Poltrona: Reflexões Sobre a Vida em Movimento

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No cantinho da última poltrona do ônibus, pela janela, eu observava a vida deslizar silenciosa diante dos meus olhos. A viagem de ida e volta somava três horas, tempo suficiente para que meu pensamento se perdesse longe, misturando-se às passadas apressadas dos transeuntes, ao ronco dos veículos e às paisagens que iam ficando para trás, como recordações fugazes.

Cada figura que cruzava meu olhar carregava uma história invisível, um mistério guardado em seus gestos e passos. Quem seriam? O que fariam? Estariam tão imersos em suas próprias vidas quanto eu? Perguntas que flutuavam enquanto eu me perguntava se um dia cruzaria novamente com aqueles personagens anônimos, testemunhas silenciosas do meu próprio passar.

E assim, a vida seguia seu curso rápido, um filme em câmera acelerada. Cada instante detalhado, cada nuance parecia carregar um significado profundo. Era impossível não pensar nas pequenas coisas que carregamos dentro de nós: orgulho, inveja, arrogância. Pequenos grilhões que, diante da certeza da finitude, se dissolvem como fumaça no ar.

A vida não espera, não escolhe. Corre no ritmo frenético de um trem-bala. Piscar de olhos, e já não estamos mais aqui. Essa percepção me coloca diante de uma escolha: olhar para dentro, para o que realmente importa, ou deixar que o tempo continue passando, levando tudo consigo.

Sentado naquela última poltrona, percebo que mais do que observar a vida, estou aprendendo a vivê-la com mais atenção, menos pressa, e, quem sabe, um pouco mais de humildade.

 

 


sábado, 6 de setembro de 2025

🚌Não é o ônibus que anda — é a vida que vai embora

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Apoio a cabeça no vidro e vejo o mundo partir.

Não é o ônibus que anda — é a vida que vai embora.

 

Cada rosto é uma história que não terei tempo de ler.

Cada rua, um capítulo que termina antes da primeira frase.

 

E eu aqui, inventando respostas para perguntas sem dono:

Para onde vão?

O que esperam?

Será que alguém se pergunta para onde eu vou?

 

A vida é breve demais para caber nos bolsos.

Orgulho, inveja, arrogância —

fios soltos em um tecido que rasga a cada segundo.

 

O tempo é um rio que não sabe voltar.

E nós, pedras sendo levadas.

 

No fim, só resta isso:

a paisagem correndo para longe,

enquanto eu tento agarrar o agora

com os olhos.

 


🏃🏻‍♂️Tudo corre — nós, junto

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Última poltrona. A janela é meu cinema mudo.

As imagens correm sem pedir pausa:

Um vendedor equilibra sonhos no carrinho.

Um casal discute no sinal.

Uma criança sorri para nada e para tudo.

 

Eu observo e penso:

Quantas vidas cabem no intervalo entre dois semáforos?

Quem são eles quando a rua se apaga?

Quem sou eu quando ninguém me vê?

 

A vida não explica. Ela passa.

Como um trem que não conhece curvas,

que não espera atrasados.

 

Piscar é perder.

Segurar é impossível.

Tudo corre — nós, junto.

 

E a morte? Ela sorri sem pressa,

porque sabe que o tempo corre para ela.


😉Um piscar. E já não é mais.

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Na última poltrona, junto à janela, eu assistia à vida. Não a minha — a que passava do lado de fora.

Cenas rápidas. Um homem atravessa apressado. Uma mulher ajeita o cabelo no reflexo da vitrine. Um carro corre como quem foge. Tudo vai embora, sem olhar para trás.

E eu penso: quantos destinos cabem em uma rua? Quantas histórias cabem em um instante? Talvez eu nunca veja nenhum daqueles rostos outra vez. Talvez eles nem saibam que existi.

O tempo não para para contemplar. Ele passa — frio, veloz, certeiro. A gente acredita que tem muito, mas tudo que temos é isso: um agora que já está indo embora.

Orgulho, inveja, arrogância… que lugar ocupam diante da certeza da finitude? A morte é democrática: chega sem avisar, para todos. Sem exceção.

A vida é um trem-bala sem retrovisor. Um piscar. E já não é mais.