Acredito que a vida é um prêmio, mas estar vivo não significa viver.
— NICKI MINAJ, “MOMENT 4 LIFE”
O medo é um artista habilidoso.
Pinta monstros onde não existem, cria sombras em plena luz, costura fantasmas nas costuras dos nossos dias. E, sem perceber, vamos nos tornando reféns dele.
A vida, quando dominada pelo medo, encolhe. As possibilidades murcham, os sonhos se encolhem no canto da sala, esperando uma coragem que, às vezes, nunca chega.
O medo é silencioso, às vezes sutil. Ele se veste de desculpas, de “não é o momento”, de “quando eu estiver preparado”, de “um dia, quem sabe…”.
Mas a grande armadilha é acreditar que viver com medo é viver seguro.
Não é.
É existir — e existir é bem diferente de viver.
O curioso é que, na maioria das vezes, aquilo que tanto tememos só é grande porque nunca ousamos encará-lo de frente. O desconhecido, quando iluminado, perde a pose. As amarras, quando desafiadas, se revelam mais frágeis do que pareciam.
A vida é finita, mas o medo, esse, se alimenta da nossa infinitude imaginária, como se tivéssemos todo o tempo do mundo para adiar quem somos e o que queremos.
Por isso, talvez a pergunta mais honesta do dia seja:
De que medo você vai se libertar hoje?
Pode ser algo pequeno — falar o que sente, ligar para alguém, dizer “não”, começar algo novo, sair da bolha.
Ou pode ser algo maior — mudar de cidade, de trabalho, de vida.
O tamanho do medo não importa.
O que importa é lembrar que coragem não é ausência de medo. É ir, apesar dele.
Porque, no fim, quem não enfrenta o medo, enfrenta um vazio ainda maior: o de não ter vivido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário