domingo, 25 de abril de 2021

Somos Cercados de Milagres!

“Tudo, aliás, é a ponta de um mistério, inclusive os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece há um milagre que não estamos vendo.” - Guimarães Rosa


O que, afinal, é um milagre pra você?

Qual é o real significado de um milagre?


Culturalmente, aprendemos que milagre é aquilo que rompe as barreiras do possível — um acontecimento sobrenatural, extraordinário, inexplicável à luz da razão. Algo que, quase sempre, associamos à fé, ao divino, à intervenção direta de Deus nas impossibilidades humanas.


Milagre, nesse conceito, se apresenta como a reversão de circunstâncias que extrapolam qualquer capacidade humana — curas impossíveis, livramentos extraordinários, transformações abruptas.

Mas… e se estivermos limitando demais o que de fato é um milagre?


Eu escolho enxergar por outro ângulo.

Pra mim, milagre não é só o que desafia a lógica — milagre é também aquilo que sustenta a própria vida. É o ordinário, que só parece banal porque se repete. É o extraordinário disfarçado de cotidiano.


Milagre é acordar todos os dias.

É o simples fato de respirar sem esforço, de ter consciência, de amar, de pensar, de sentir.

É ver uma semente romper a terra e se transformar em árvore.

É testemunhar o sol nascer e se pôr, no compasso perfeito do universo.

É olhar para alguém que ama e saber que, no meio de bilhões, aquela conexão simplesmente existe.


Nós somos, sim, cercados de milagres — mas o tempo, a pressa e o excesso de ruído nos anestesiaram.

Deixamos de perceber que acender e apagar uma lâmpada é, em sua essência, fruto de milagres somados: a inteligência humana, a descoberta da eletricidade, a transformação da matéria, a comunicação invisível dos elétrons.


Falar ao telefone? Milagre.

Viajar de avião? Milagre.

Receber tratamento para uma doença? Outro milagre — da ciência, da inteligência, da capacidade humana de criar, que, por sua vez, é dom divino.


Quem, afinal, é o provedor dessas habilidades, desses dons, dessa inteligência criadora? Quem foi que soprou o sopro da vida, que deu forma, lógica, beleza e propósito ao caos?


O milagre não está restrito ao que não entendemos — ele está no que esquecemos de admirar.

Ele acontece agora, enquanto você lê este texto, enquanto seu coração pulsa, enquanto bilhões de células trabalham em silêncio, sustentando seu existir.


O impossível acontece todos os dias, sob formas tão habituais que, de tanto vê-las, deixamos de chamá-las de milagre.


Por isso, olhe novamente à sua volta. Respire. Perceba.

O milagre está aí — bem diante de você.


✨REFLITA: “O milagre não prova o impossível; serve, apenas, como confirmação do que é possível.” 

- Textos Judaicos 


#averdadeprecisaserdita

quinta-feira, 15 de abril de 2021

A terra não é um lugar para se andar sem fé

O Que Significa a Fé?


Fé.

Uma palavra tão pequena e, ao mesmo tempo, gigantesca em significado.

A Bíblia define de forma simples e profunda:

“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.” – Hebreus 11:1


Fé não é só um conceito religioso. É, antes de tudo, um movimento interno.

É acreditar quando a lógica já se despediu.

É confiar quando os olhos não conseguem enxergar saída.

É um ato de resistência contra o desespero.


Fé não é passividade — é posicionamento.

É decidir caminhar, mesmo sem mapa, mesmo sem bússola, mesmo que os ventos digam o contrário.

Fé é aquela voz silenciosa que sussurra dentro da alma:

“Vai… ainda que doa. Ainda que não faça sentido.”


No fundo, todo ser humano carrega algum tipo de fé.

Alguns depositam no divino, outros no amor, na ciência, no outro, na vida…

Mas todos, de alguma forma, vivem sustentados por aquilo que não podem ver, mas escolhem acreditar.


Por Que a Fé Importa?

Porque a vida, por si só, não é simples.

Há dias em que o peso do mundo parece maior que nossa capacidade de carregar.

Há momentos em que as respostas não vêm, as portas não se abrem e os caminhos se estreitam.

E, nesse lugar, ou a gente desiste… ou escolhe acreditar.


A fé é combustível invisível.

É ela que acende uma lanterna no meio da escuridão.

Que sopra esperança nos becos sem saída.

Que faz brotar força onde antes só havia cansaço.


Ela não elimina os problemas.

Não é mágica, nem atalho.

Mas ela muda nossa disposição diante da vida.

Muda nosso olhar.

Muda a forma como atravessamos as tempestades.


Quando a fé se alia à ação, ao movimento, ao esforço, algo poderoso acontece.

A realidade, por vezes, se dobra. As circunstâncias se reorganizam.

E, mesmo que não se transformem do lado de fora, algo se reorganiza aqui dentro.

E isso, por si só, já é milagre.


Por isso, fé não é só crença.

Fé é escolha. É decisão diária.

É luz acesa quando tudo parece escuro.

É ponte construída no vazio.


Sem fé, a vida é só peso.

Com fé, ela ganha respiro, ganha horizonte, ganha sentido.


✨REFLITA: “Andar pela vida sem fé é como ir  a guerra sem munição.” 

- Edna Frigato


segunda-feira, 5 de abril de 2021

Olhar para o outro: um exercício de empatia

Muitas vezes, sentimos dificuldades em nos conectar verdadeiramente com alguém. E, quase sempre, isso acontece porque enxergamos tudo apenas a partir do nosso próprio olhar, da nossa própria experiência. Falta-nos, então, a coragem de calçar os sapatos do outro, de mergulhar em sua realidade e tentar compreender o mundo sob a sua perspectiva.


Experimente esse exercício:

Direcione seu olhar a alguém, silencie seus julgamentos e se pergunte:


O que essa pessoa vê?

  • Como é o mundo dela?
  • Que realidade a cerca?
  • O que as pessoas ao seu redor fazem, como vivem?
  • Quem são seus amigos, seus familiares, seus vínculos?
  • Que situações preenchem seus dias? Quais desafios ela enfrenta?


O que ela ouve?

  • Quais vozes ecoam constantemente em seus ouvidos?
  • Que pessoas, ideias e crenças influenciam seu modo de pensar e viver?
  • O que ela escuta de quem ama? De quem admira?
  • Quem são seus ídolos, suas referências, suas inspirações?


O que ela pensa e sente?

  • Quais pensamentos ela carrega, mas não expressa?
  • Quais são suas inquietações mais íntimas?
  • Como ela enxerga a própria vida? Está em paz? Está perdida? Esperançosa?
  • Com que anda se preocupando? E por quê?
  • Quais sonhos, desejos ou vontades pulsa dentro dela, mesmo que em silêncio?


O que ela fala e faz?

  • Quais são suas palavras mais recorrentes?
  • Que atitudes refletem sua essência, seus valores ou, quem sabe, seus medos?
  • Quais são seus passatempos? O que a faz sorrir?
  • Sobre o que gosta de conversar, o que a faz se sentir viva?


Quais são suas dores?

  • O que a assusta?
  • O que a frustra ou limita?
  • Que obstáculos tem enfrentado, sejam eles externos ou internos?
  • O que ela gostaria de transformar em sua própria história?


E, afinal, quais são suas necessidades?

  • O que poderia aliviar seu sofrimento, trazer alívio, paz ou ânimo?
  • O que significa felicidade ou sucesso para ela? Aonde ela quer chegar?
  • O que ela tem feito, mesmo em silêncio, para seguir em frente?
  • O que, se acontecesse, mudaria sua vida por completo?


Refletir sobre o outro não é apenas um exercício de empatia, é um convite para o enxergarmos a vida com mais humanidade. Porque, no fim, cada um carrega sua própria batalha — invisível aos olhos, mas tão real quanto a nossa.


"Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele." - Carl Rogers

Compreenda-se! — O Autoconhecimento como Caminho

Você já se perguntou de fato quem você é?

Sabe quais são os filtros que moldam sua percepção, suas escolhas, sua forma de se comunicar com o mundo?


Compreender-se é muito mais do que olhar para si no espelho.

É um exercício constante de investigação, de autoquestionamento, de refinamento das próprias percepções.

É entender quais são os mecanismos que conduzem seus pensamentos, suas decisões e seus comportamentos.

Afinal…


Por que você escolhe o que escolhe?

Quando precisa tomar uma decisão importante, qual é sua bússola interna?

  • Você se guia pela intuição, aquele sentimento que surge sem explicação?
  • Escolhe o que simplesmente soa melhor aos seus ouvidos?
  • Ou se apoia naquilo que lhe parece mais confortável ou seguro, mesmo que não saiba exatamente o porquê?
  • Ou, quem sabe, busca um caminho mais racional, baseado em um estudo criterioso e detalhado da situação?


O que pesa mais para você durante uma discussão?

  • Você se deixa conduzir pelo tom de voz do outro, pela energia que ele emana?
  • Sua atenção se prende ao que vê — expressões, gestos, posturas?
  • Ou são os argumentos lógicos que realmente fazem sentido pra você?
  • Talvez seja o impacto emocional, quando você percebe o que o outro sente, mais do que o que ele diz.


E sua comunicação, como funciona?

De que forma você expressa seu mundo interno?


  • Através da sua imagem, da forma como se apresenta e se veste?
  • Pelos sentimentos que compartilha, deixando transbordar o que pulsa dentro?
  • Pelas palavras bem escolhidas, alinhando raciocínio e intenção?
  • Ou pelo tom da sua voz, pela intensidade, pelo ritmo, pelo não-dito que atravessa cada som?


Percepções do mundo: qual é sua lente?

O que te é mais natural, quase instintivo?

  • Ajustar volumes, sintonias, perceber sons, ritmos?
  • Captar rapidamente o ponto mais relevante de uma conversa ou de um problema?
  • Escolher com facilidade ambientes confortáveis, cadeiras, texturas que acolhem o corpo?
  • Ou tem um olhar apurado para cores, estética, beleza e harmonia visual?


E quando olha para si… quem você percebe?

  • Alguém muito atento aos sons, aos ruídos, às melodias que o cercam?
  • Uma pessoa que se conecta com o mundo pelo raciocínio, pelos dados, pelas informações precisas?
  • Alguém extremamente sensível ao toque, ao conforto físico, à textura das roupas, ao aconchego dos espaços?
  • Ou uma pessoa que responde profundamente ao que vê, que percebe de forma intensa as cores, formas e estética dos ambientes?


Compreender-se é, antes de tudo, um ato de coragem.

É um convite para sair do piloto automático e assumir o protagonismo sobre suas escolhas, suas relações e seu próprio caminho.


Porque, quando você entende quem você é, o mundo deixa de ser um cenário aleatório…

e passa a ser um campo de possibilidades — alinhado, consciente e, acima de tudo, verdadeiro.