sábado, 18 de dezembro de 2021

Eu Moro em Mim

Eu moro em mim.

E, sim, costumo deixar as janelas entreabertas…

Só o suficiente para que o sopro dos raros afetos entre,

mas sem jamais permitir que as tempestades me invadam.


A porta?

💢Essa…

Só se abre para poucos.

Muito poucos.


Todos os dias, caminho pelos meus próprios cômodos,

percorro os corredores da minha alma,

observo a vida pela varanda,

e, às vezes, me pego contemplando o mundo que segue lá fora —

distante, estranho, efêmero.


Mas as gavetas…

Ah… as gavetas…

Essas ainda não posso, não quero, não consigo abrir.

Porque sei: se as escancaro,

corro o risco de acabar morando dentro delas —

presa no que já foi, no que doeu, no que pesa e não cabe mais no agora.


“Você saberá que tomou a decisão certa quando sentir paz no coração.”

— Autor Desconhecido


Morar em si é entender que nem tudo precisa estar exposto,

que nem tudo precisa ser visitado o tempo todo.

Algumas portas servem pra proteger.

Algumas gavetas… pra guardar.

E algumas janelas…

Apenas para lembrar que o afeto ainda encontra espaço pra entrar.

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