sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Paralelos!

Falo abertamente sobre a vida…

E, então, me pergunto:

Será que existe, dentro de mim, algo que ainda precise ser escondido?


Se há, pergunto mais uma vez:

Falar sobre a vida exige, necessariamente, revelar tudo que faz existir?

Talvez…

Mas se for para revelar, é por quê? Ou para quem?


Não trago verdades absolutas.

Trago — isso sim — verdades inconvenientes.

Porque falar da vida, do amor, do existir…

Não é só sobre suavidade, nem sobre paisagens de um paraíso inventado.


Falar da vida também é atravessar os corredores escuros da alma,

aquele lado que se esconde,

que foge da luz do dia,

e se enrosca sorrateiro na calada da noite.


Percebo, então, que — muitas vezes —

as coisas não são o que parecem ser.

E, de fato… não são.


A vida, às vezes, caça fantasmas,

rotula fases,

cria fantasias,

faz de ilusões uma veste confortável,

e transcende qualquer entendimento lógico ou razão aparente.


A vida costura certezas e incertezas,

faz do invisível o pano de fundo daquilo que, um dia,

será a nossa história.


Entre paradoxos e paralelos,

o que resta, no fim,

é esse complexo e inquieto sentimento

que só quer — de alguma forma —

morar dentro do coração.

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