Falo abertamente sobre a vida…
E, então, me pergunto:
Será que existe, dentro de mim, algo que ainda precise ser escondido?
Se há, pergunto mais uma vez:
Falar sobre a vida exige, necessariamente, revelar tudo que faz existir?
Talvez…
Mas se for para revelar, é por quê? Ou para quem?
Não trago verdades absolutas.
Trago — isso sim — verdades inconvenientes.
Porque falar da vida, do amor, do existir…
Não é só sobre suavidade, nem sobre paisagens de um paraíso inventado.
Falar da vida também é atravessar os corredores escuros da alma,
aquele lado que se esconde,
que foge da luz do dia,
e se enrosca sorrateiro na calada da noite.
Percebo, então, que — muitas vezes —
as coisas não são o que parecem ser.
E, de fato… não são.
A vida, às vezes, caça fantasmas,
rotula fases,
cria fantasias,
faz de ilusões uma veste confortável,
e transcende qualquer entendimento lógico ou razão aparente.
A vida costura certezas e incertezas,
faz do invisível o pano de fundo daquilo que, um dia,
será a nossa história.
Entre paradoxos e paralelos,
o que resta, no fim,
é esse complexo e inquieto sentimento
que só quer — de alguma forma —
morar dentro do coração.
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