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terça-feira, 30 de setembro de 2025

🌉A Ponte ainda vale a pena

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Era uma tarde qualquer, dessas em que o sol parece mais disposto a iluminar do que a aquecer. No banco da praça, um senhor de cabelos brancos observava o vai e vem das pessoas com olhos que já tinham visto mais do que gostariam. Ao seu lado, um menino brincava com um carrinho, alheio ao peso que pairava no ar.

 

— Sabe, garoto — disse o senhor, sem esperar resposta — tem gente que carrega mágoas como se fossem medalhas. Exibem com orgulho, como se o sofrimento fosse troféu.

 

O menino olhou curioso, mas continuou empurrando o carrinho.

 

— Eu também já fiz isso — continuou o velho — guardei rancores como quem coleciona pedras. Pesadas, frias, inúteis. E com elas, construí muros. Muros entre mim e quem eu amava.

 

Silêncio.

 

— Um dia, percebi que os muros não me protegiam. Me isolavam. E que talvez, só talvez, aquelas pedras pudessem servir para outra coisa. Uma ponte, quem sabe.

 

O menino parou. Olhou para o senhor com olhos grandes, como quem entende mais do que deveria.

 

— E você construiu a ponte?

 

O velho sorriu, mas era um sorriso triste.

 

— Ainda estou tentando. Às vezes, quem está do outro lado já foi embora. Mas a ponte… a ponte ainda vale a pena.

 

🌿 🌿 🌿 🌿 🌿

Nem todo erro merece castigo. Alguns só pedem compreensão. Outros, silêncio. E há aqueles que imploram por perdão, mesmo sem palavras. Porque perdoar não é esquecer — é lembrar sem dor. É reconstruir o caminho, mesmo que os passos sejam incertos.

 

A vida é curta demais para colecionar muros. E longa o suficiente para construir pontes. Que a gente tenha coragem de atravessá-las, mesmo que o outro lado pareça distante.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

🙏🏻 Entre Esperanças e Certezas

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A vida, essa senhora de passos largos e mistérios guardados, nunca nos entrega um mapa completo. Ela nos dá pistas, sussurra possibilidades, mas jamais garante o destino. E talvez seja justamente aí que reside sua beleza: viver é mais sobre esperanças do que certezas.

 

Desde cedo aprendemos a buscar garantias. Queremos saber se vai dar certo, se vamos ser felizes, se aquele amor vai durar, se o emprego dos sonhos vai aparecer. Mas a verdade é que a vida não tem contrato com cláusulas fixas. Ela é feita de tentativas, de apostas, de fé no que ainda não se vê.

 

A esperança é o que nos move quando tudo parece incerto. É ela que nos faz levantar da cama mesmo quando o mundo pesa. É ela que nos faz plantar uma árvore sem saber se estaremos aqui para ver seus frutos. Esperança é o nome que damos ao ato de confiar no invisível, de acreditar que o amanhã pode ser melhor — mesmo que o hoje esteja nublado.

 

As certezas, por outro lado, são confortáveis. Elas nos dão chão, nos acalmam. Mas são raras. E, quando aparecem, muitas vezes são passageiras. Porque o mundo muda, as pessoas mudam, e nós também mudamos. O que hoje parece seguro, amanhã pode se desfazer como areia entre os dedos.

 

Talvez viver bem seja aceitar essa dança entre o incerto e o possível. É aprender a caminhar mesmo sem saber o caminho todo. É fazer planos, sim, mas com a leveza de quem sabe que tudo pode mudar. É se permitir sonhar, mesmo que o sonho pareça distante.

 

No fim das contas, viver é como navegar: não temos controle sobre os ventos, mas podemos ajustar as velas. E enquanto houver esperança soprando dentro do peito, sempre haverá direção.

 


☀️O sol está a caminho!

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Há dias em que tudo parece escuro. Não a escuridão da noite comum, mas aquela que se instala dentro da gente — silenciosa, densa, quase palpável. É nesses momentos que o tempo parece desacelerar, que os passos pesam mais e que até o ar parece mais difícil de respirar.

 

Mas há algo curioso sobre a escuridão: ela nunca é eterna.

 

A madrugada, por mais longa que pareça, sempre termina. E é justamente no instante em que o céu começa a mudar de cor — do preto profundo para o azul tímido, depois para o laranja vibrante — que percebemos o valor da luz. O nascer do sol não é apenas um fenômeno astronômico; é um lembrete diário de que tudo passa. De que, por mais que a noite tenha sido difícil, há beleza esperando para acontecer.

 

A escuridão nos ensina. Ela nos obriga a desacelerar, a olhar para dentro, a confrontar o que evitamos durante os dias claros. É nela que descobrimos forças que não sabíamos ter, que aprendemos a valorizar o calor de um abraço, a importância de uma palavra gentil, o poder de simplesmente continuar.

 

E quando finalmente o sol rompe o horizonte, não é apenas o mundo que se ilumina — é também a alma. Porque quem atravessa a noite com coragem, acorda com olhos mais sensíveis à beleza, com o coração mais aberto à esperança.

 

A luz que vem depois da escuridão não é só mais clara. Ela é mais significativa.

 

Então, se hoje tudo parecer sombrio, lembre-se: o sol está a caminho. E quando ele vier, será ainda mais bonito porque você soube esperar.

 

… o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.

Salmos 30:5b


sábado, 20 de setembro de 2025

🎶No Ritmo Exato do Instante!

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A vida é um equilíbrio entre não ter pressa e não perder tempo.

Quantas vezes nos vemos correndo atrás de algo, como se o mundo fosse acabar em alguns minutos? O relógio dita o compasso, as cobranças se acumulam e parece que, se pararmos para respirar, ficaremos para trás. Outras vezes, porém, nos deixamos levar por uma calma que se confunde com inércia: adiamos decisões, deixamos sentimentos para depois, acreditamos que haverá sempre um amanhã disponível para nos esperar.

É nesse espaço entre os extremos que a vida realmente acontece. Ter pressa demais é atropelar os instantes, é olhar para frente sem perceber o agora. Mas perder tempo demais é quase desistir de viver, é permitir que as oportunidades passem pela porta sem ao menos levantar para recebê-las.

A sabedoria está em reconhecer o ritmo certo, aquele que não é imposto pelo mundo, mas pelo nosso coração. Há dias em que é preciso acelerar, agarrar o que se apresenta e mergulhar sem medo. Em outros, a escolha mais sensata é desacelerar, sentir o vento no rosto, observar um pôr do sol, ouvir uma palavra inteira sem antecipar a resposta.

No fundo, não se trata de pressa ou de demora, mas de presença. Quando estamos inteiros no instante, nem nos falta tempo, nem o desperdiçamos.

E talvez a vida seja justamente isso: uma dança silenciosa entre o passo firme e a pausa necessária. Um compasso que nos convida a viver sem correr demais e sem esperar demais, apenas no ritmo exato de quem sabe que cada momento é único — e, por isso, merece ser vivido de verdade.


terça-feira, 16 de setembro de 2025

🤦🏼‍♂️Nem tudo é sobre você!

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Nem tudo é sobre você.

Na verdade, quase nada é.

A vida se move por forças invisíveis,

as pessoas carregam dores que você não vê,

correm em pressas que não são as suas,

temem medos que não lhe pertencem.

O mundo gira em órbitas que escapam à lógica —

e, na maior parte do tempo,

não têm nada a ver com você.

Nem todo olhar atravessado era recado.

Nem todo silêncio foi julgamento.

Nem toda ausência foi escolha contra você.

Às vezes, a pessoa apenas atravessa sua própria tempestade.

Solte o peso que não lhe cabe.

Respire.

Você não precisa ser o centro da narrativa.

E, convenhamos,

que alívio é não ser.

 


segunda-feira, 15 de setembro de 2025

🆚Entre o valente e o covarde

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Na vida, aprendemos cedo que a coragem e a covardia não se manifestam apenas nos grandes gestos, mas nos pequenos movimentos cotidianos. O valente se apresenta de frente: diz o que pensa, encara o que teme, assume as consequências do que decide. Com ele, não há surpresas escondidas, apenas o peso natural de enfrentar a vida de peito aberto. Pode até ferir, pode até confrontar, mas há honestidade no seu ato.

O covarde, porém, é diferente. Ele caminha em silêncio, esconde o olhar, disfarça intenções. Não enfrenta — espera o momento de não ser visto para agir. Sua arma não é a força nem a verdade, mas o disfarce. Ele se aproxima com sorrisos, mas guarda pedras nos bolsos. Age nas sombras, onde o silêncio lhe serve de escudo e a omissão de disfarce.

Por isso, é mais perigoso. O valente te desafia diante do sol, mas o covarde te apunhala na sombra. O primeiro te ensina, o segundo te engana. O confronto com o valente pode até doer, mas fortalece; a traição do covarde, essa sim, dilacera.

É preciso aprender a distinguir os dois: o que ergue a voz e o que finge calar, o que te olha nos olhos e o que desvia o olhar, o que te enfrenta de frente e o que se esconde atrás de máscaras.

E talvez o maior exercício da vida seja esse: não temer o confronto justo do valente, mas manter distância da traição silenciosa do covarde. Porque o primeiro nos mostra quem somos; o segundo tenta nos roubar a própria essência.

O valente fere de frente; o covarde destrói pelas costas.

Um te ensina a resistência, o outro te rouba a confiança.

Entre a dor do confronto e a dor da traição, é sempre a segunda que deixa cicatrizes mais profundas.

Por isso, não tema o valente — tema o silêncio do covarde.

sábado, 13 de setembro de 2025

❤️O coração indica o caminho certo

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O coração sempre fala. Não em palavras, mas em pulsares que se confundem com a própria vida. Ele não grita, não impõe, não exige. Apenas sussurra, com uma clareza que desafia qualquer lógica. O problema é que, na maior parte do tempo, não temos a coragem de ouvi-lo.

O coração indica o caminho certo — aquele que nos aproxima da essência do que somos, que nos leva para onde há verdade, mesmo que doa, mesmo que seja difícil. Mas preferimos os atalhos da razão apressada, da conveniência, do que parece mais seguro aos olhos de fora. É que seguir o coração exige vulnerabilidade: assumir riscos, abrir mão de máscaras, enfrentar a possibilidade do erro.

A vida, no entanto, é feita desses riscos. Não seguir o coração pode até nos proteger das quedas, mas também nos afasta dos voos. E, no fundo, é voar que o coração pede. Ele sabe que o certo não é o mais fácil, nem o mais aceito, mas o que nos faz inteiros.

Talvez o silêncio do coração só se torne ruído quando insistimos demais em ignorá-lo. Ele aperta, arde, inquieta, até que percebemos: não é ele que dói, é a nossa resistência a escutá-lo.

E quando finalmente temos coragem de seguir sua voz — ainda que tremendo, ainda que incertos — descobrimos que o coração não nos prometia destinos perfeitos. Apenas nos convidava a caminhar com autenticidade. E isso, por si só, já é um caminho certo.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

🚏O roteiro invisível da vida

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A vida é uma incógnita que se revela de formas múltiplas, mas não acredito que se desenrole de maneira aleatória, tampouco que deslize suavemente pelo acaso. Não possuímos todas as respostas — na verdade, ninguém as tem. As dúvidas e incertezas se multiplicam, alimentadas por fatos e acontecimentos inglórios que, muitas vezes, julgamos injustos ou até inexplicáveis.

Poderia ter sido diferente? Por que aconteceu assim? Perguntas que ecoam, misturando sentimentos e pensamentos que quase sempre nos conduzem ao terreno frágil da dúvida e à inconsistência da alma humana.

A vida, no entanto, segue um roteiro invisível, determinado por ações e reações que partem de cada um de nós. Há um ritmo, uma cadeia que é ao mesmo tempo física e espiritual, moldada pela essência do que somos e pelo que escolhemos. Cada indivíduo traça a própria preferência, caminha pela própria estrada — seja ela voltada ao bem ou ao mal.

Versão Poética

A vida é um enigma que se desenha em traços inesperados. Não creio, porém, que se mova ao sabor do acaso, como se fosse apenas vento perdido no espaço. O que nos acontece, por mais obscuro que pareça, guarda sempre um sentido oculto, mesmo quando nossos olhos não conseguem alcançá-lo.

Quantas vezes nos perguntamos: poderia ter sido diferente? Por que assim e não de outro modo? São interrogações que nos ferem, mas também nos moldam, porque revelam a fragilidade da alma diante do inexplicável.

A vida segue um compasso misterioso, sustentado por ações e reações que brotam de nós mesmos. É uma sinfonia de escolhas, entrelaçando corpo e espírito, destino e liberdade. Cada ser caminha em sua cadência, e nessa cadência decide se dança ao lado do bem ou se tropeça nas sombras do mal.

Versão Filosófica

A vida é, antes de tudo, uma incógnita. Não se limita a uma sequência de acasos, nem se sustenta apenas em linhas aleatórias. Há um encadeamento que se forma a partir de nossas ações, de nossas escolhas e até de nossas omissões.

Ninguém detém todas as respostas. As dúvidas são inerentes à condição humana, fruto de acontecimentos que julgamos injustos ou inexplicáveis. Perguntas ecoam em nós: poderia ter sido diferente? Por que, afinal, aconteceu? A dúvida nos acompanha como sombra inevitável, expondo a imperfeição de nossa consciência.

A existência segue uma lógica silenciosa — uma cadeia que une matéria e espírito, causa e consequência. Dentro dela, cada indivíduo é agente e autor: determina caminhos, imprime preferências, constrói percursos. No fim, a vida não é puro acaso, mas também não é destino rígido; é uma trama contínua, entre liberdade e responsabilidade, entre bem e mal.


 


segunda-feira, 8 de setembro de 2025

💡Seja Luz!

☀️A Luz que Reflete

Como será que as pessoas nos veem? Que imagem refletimos quando caminhamos pelo mundo?

Falar de Cristo é fácil. Difícil mesmo é viver de modo que as pessoas O reconheçam em nós sem que nenhuma palavra precise ser dita.

Anunciar o Reino vai além de discursos e frases prontas. É no silêncio dos gestos que o Evangelho grita mais alto. Está na bondade que oferecemos, no amor que entregamos sem esperar nada em troca, na integridade que sustentamos mesmo quando ninguém está olhando.

Não fomos chamados para julgar. Fomos chamados para amar. Essa é a essência. Esse é o reflexo.

Há uma sede imensa no mundo. Gente perdida, gente cansada, gente precisando de um gole da Água Viva. E nós temos essa fonte dentro de nós. Por isso, por que guardar para nós mesmos?

Jesus nos chamou para ser luz. Não rejeite esse chamado. Ilumine. Caminhe com confiança.

Seja farol na escuridão. Porque, no fim, é isso que o mundo mais precisa: menos julgamentos e mais luz.

 

🔦Quando a Luz Não se Cala

Não é no barulho que o Evangelho ecoa, mas na quietude do gesto.

As palavras, por si só, podem até soar bonitas, mas o amor… Ah, o amor fala mais alto.

Fala quando perdoamos, quando estendemos a mão, quando insistimos em ser inteiros num mundo partido.

Não fomos chamados para pesar balanças, mas para acender lampiões.

A sede é grande lá fora, mas a fonte está aqui dentro.

Jesus nos confiou a luz. Não para escondê-la, mas para deixá-la brilhar.

Então brilhe. Porque, mesmo quando ninguém diz nada, a luz fala.

 

🕯️Mais Luz, Menos Voz

Sabe o que mais convence? Não é o sermão, é a vida.

O mundo não precisa de pregadores que falem bonito, mas de pessoas que vivam o que dizem crer.

Bondade é argumento. Amor é prova. Integridade é a resposta que cala qualquer dúvida.

Não aponte o dedo. Estenda a mão.

Não fale sobre luz. Seja luz.

Afinal, quem tem a Água Viva não guarda para si: compartilha.

Ilumine, porque tem gente tropeçando no escuro, sedenta por esperança. E talvez você seja o único farol no horizonte delas.

 

 


😵Solidão na Multidão

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Eu me sinto sozinho ainda rodeado por uma multidão. Meu coração bate descompassado, acelerado, num ritmo que não consigo acompanhar, um compasso que beira a ansiedade. A tristeza invade minha vida e rouba tudo aquilo que eu mais almejo. Meus pensamentos fogem ao meu controle, e dentro deles a escuridão domina, querendo tomar para si o que guardo no meu peito.

O amor, a paz e a alegria se tornam prisioneiros dessa sombra que insiste em crescer. Eles não conseguem reagir, sucumbem a cada passo que tento dar. Cada palavra que pronuncio parece desmoronar junto com esses sentimentos. Lágrimas escorrem, marcando a alma com um amargor que ofende e ameaça o meu desejo de viver.