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A vida é um equilíbrio entre não ter pressa e não perder tempo.
Quantas vezes nos vemos correndo atrás de algo, como se o mundo fosse acabar em alguns minutos? O relógio dita o compasso, as cobranças se acumulam e parece que, se pararmos para respirar, ficaremos para trás. Outras vezes, porém, nos deixamos levar por uma calma que se confunde com inércia: adiamos decisões, deixamos sentimentos para depois, acreditamos que haverá sempre um amanhã disponível para nos esperar.
É nesse espaço entre os extremos que a vida realmente acontece. Ter pressa demais é atropelar os instantes, é olhar para frente sem perceber o agora. Mas perder tempo demais é quase desistir de viver, é permitir que as oportunidades passem pela porta sem ao menos levantar para recebê-las.
A sabedoria está em reconhecer o ritmo certo, aquele que não é imposto pelo mundo, mas pelo nosso coração. Há dias em que é preciso acelerar, agarrar o que se apresenta e mergulhar sem medo. Em outros, a escolha mais sensata é desacelerar, sentir o vento no rosto, observar um pôr do sol, ouvir uma palavra inteira sem antecipar a resposta.
No fundo, não se trata de pressa ou de demora, mas de presença. Quando estamos inteiros no instante, nem nos falta tempo, nem o desperdiçamos.
E talvez a vida seja justamente isso: uma dança silenciosa entre o passo firme e a pausa necessária. Um compasso que nos convida a viver sem correr demais e sem esperar demais, apenas no ritmo exato de quem sabe que cada momento é único — e, por isso, merece ser vivido de verdade.
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