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A gente passa boa parte do tempo acreditando que a vida perfeita é uma estação: um ponto fixo no mapa, um destino onde tudo, enfim, fará sentido. Crescemos ouvindo que a felicidade está lá na frente — depois do diploma, do emprego, do casamento, do filho, do carro, da casa. Vivemos correndo, tropeçando, ansiosos por chegar a um lugar que, na maioria das vezes, não existe do jeito que imaginamos.
O que esquecemos é que a vida não se entrega pronta. Ela não vem com manual, nem com garantia. É uma obra em construção, cheia de acertos improvisados e reparos de última hora. O que hoje parece imperfeito pode ser exatamente o que amanhã fará você sorrir.
Talvez você não tenha o emprego dos sonhos, mas tem o pão na mesa. Talvez não viva o amor de cinema, mas tem alguém que segura sua mão nos dias difíceis. Talvez não esteja onde queria, mas está caminhando. E isso é tudo.
A vida possível é aquela que cabe no agora — com as condições que temos, com as forças que conseguimos juntar, com os medos que precisamos atravessar. É ela que, aos poucos, se transforma na vida incrível que tanto desejamos.
Não porque ficou perfeita, mas porque aprendemos a ver beleza no meio do caminho. Porque paramos de esperar e começamos a construir. Tijolo por tijolo, dia após dia, até que um dia olhamos para trás e percebemos: a vida que queríamos já estava aqui — só precisávamos nos permitir vivê-la.
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