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Apoio a cabeça no vidro e vejo o mundo partir.
Não é o ônibus que anda — é a vida que vai embora.
Cada rosto é uma história que não terei tempo de ler.
Cada rua, um capítulo que termina antes da primeira frase.
E eu aqui, inventando respostas para perguntas sem dono:
Para onde vão?
O que esperam?
Será que alguém se pergunta para onde eu vou?
A vida é breve demais para caber nos bolsos.
Orgulho, inveja, arrogância —
fios soltos em um tecido que rasga a cada segundo.
O tempo é um rio que não sabe voltar.
E nós, pedras sendo levadas.
No fim, só resta isso:
a paisagem correndo para longe,
enquanto eu tento agarrar o agora
com os olhos.
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