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Parei para refletir sobre o absurdo da existĂȘncia — esse enigma que nos atravessa e nos consome. HĂĄ dias em que o vazio existencial parece mais real que o prĂłprio ar que respiro, e percebo o quĂŁo frĂĄgil Ă© a vida humana. Somos instantes disfarçados de eternidade, tentando dar sentido ao que, no fundo, talvez nĂŁo tenha nenhum.
O mundo, com sua pressa e sua crueldade, mostra-se impiedoso diante da delicadeza de ser. Tudo Ă© tĂŁo efĂȘmero: as alegrias, os sonhos, atĂ© a fĂ© que insistimos em carregar. E nesse contraste entre realidade e ilusĂŁo, o que resta Ă© o questionamento — hĂĄ valor na esperança quando o desespero parece ser a regra?
Ainda assim, algo dentro de mim grita em silĂȘncio. Um grito que nĂŁo busca eco, mas escuta. Um grito que fala do valor da vida, mesmo quando ela parece perder o brilho. Porque existir, apesar de tudo, Ă© um ato de resistĂȘncia — uma tentativa de preservar a simplicidade da alma humana em um mundo que jĂĄ esqueceu como olhar com ternura.
Talvez o sentido nĂŁo esteja em compreender o absurdo, mas em continuar existindo, mesmo assim.
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