. . .
Parei para refletir sobre o absurdo da existência — esse enigma que nos atravessa e nos consome. Há dias em que o vazio existencial parece mais real que o próprio ar que respiro, e percebo o quão frágil é a vida humana. Somos instantes disfarçados de eternidade, tentando dar sentido ao que, no fundo, talvez não tenha nenhum.
O mundo, com sua pressa e sua crueldade, mostra-se impiedoso diante da delicadeza de ser. Tudo é tão efêmero: as alegrias, os sonhos, até a fé que insistimos em carregar. E nesse contraste entre realidade e ilusão, o que resta é o questionamento — há valor na esperança quando o desespero parece ser a regra?
Ainda assim, algo dentro de mim grita em silêncio. Um grito que não busca eco, mas escuta. Um grito que fala do valor da vida, mesmo quando ela parece perder o brilho. Porque existir, apesar de tudo, é um ato de resistência — uma tentativa de preservar a simplicidade da alma humana em um mundo que já esqueceu como olhar com ternura.
Talvez o sentido não esteja em compreender o absurdo, mas em continuar existindo, mesmo assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário