Gente… vocês já repararam que a gente tá vivendo uma fase da humanidade onde… assim… ninguém mais é responsável por absolutamente nada?
Tipo… você chega pra pessoa e fala:
— “Ô, amigo… você bateu no meu carro.”
E ela responde:
— “Cara… olha… a culpa não é minha… é do sistema opressor automotivo capitalista rodoviário urbano. Eu sou uma vítima. Eu sou só uma peça desse jogo cruel.”
E sabe o que é pior? Faz sentido! Tá todo mundo vivendo nesse modo turbo de transferência de culpa. Você não erra! Você foi vítima das circunstâncias, do trânsito, da criação, do signo, de Mercúrio retrógrado, da sociedade, do Enem de 2015, da pandemia, de Vênus, de Plutão — que nem é mais planeta, mas ainda serve pra justificar umas cagadas.
E aí começa o jogo reverso. Porque, veja bem… você não é responsável pelo que faz, mas você é, sim, responsável por tudo o que fizeram… antes de você nascer!
Tipo… você tá ali, pagando seu boleto, cuidando da sua vida… e vem alguém e fala:
— “Olha… sabe aquele erro cometido em 1635… na terceira quarta-feira do mês, às 14h?”
— “Ahn… não?”
— “Pois é, irmão… a culpa é sua.”
É isso, galera. A gente virou uma geração de… culpados inocentes! Você nunca fez nada, mas tá sempre devendo alguma coisa. É como nascer já negativado no SPC moral da humanidade.
E não importa o que você faça. Se você acerta, é privilégio. Se você erra, é opressão. Se você fica quieto, é conivência. Se você fala, é abuso. Se você respira…
— “Respirando aí, né? Olha só o quanto de oxigênio você tá tirando dos outros… egoísta.”
E é uma maravilha, porque dá pra usar isso em tudo na vida!
Por exemplo… casamento.
— “Amor, por que você não lavou a louça?”
— “Poxa… olha… eu até ia lavar… mas eu tô lidando aqui com traumas geracionais, sabe? Questões estruturais. Isso aqui não é só uma pia, é uma reprodução simbólica da opressão histórica dos sistemas domésticos patriarcais…”
E funciona. Quer dizer… não funciona. Mas a gente tenta.
Agora, imagina se isso fosse retroativo MESMO…
Você tá lá, andando na rua, vem um cara do nada e fala:
— “Ô, parceiro… seu tataravô chutou meu tataravô lá em 1800… bora resolver isso aí.”
— “Ahn?! Mas nem sei quem ele era!”
— “Azar. Herança emocional, irmão. Me paga um combo no Outback que tamo quitado.”
E, no fim, a vida vira isso. Um jogo de quem terceiriza melhor.
Eu erro? Claro que erro. Mas se errar, já tenho o texto pronto:
— “Não sou eu, é meu mapa astral. Fala com ele.”
Aliás… se vocês não rirem dessa piada, lembrem-se:
A culpa não é minha… é de vocês.
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