Há um barulho que não se escuta, mas que pesa. É o som das expectativas alheias. Dos julgamentos que chegam sem serem convidados. Dos olhares que, mesmo calados, dizem mais do que muitas palavras. E, quer você queira ou não, eles sempre estarão lá — nas esquinas, nas redes, nas rodas de conversa. Sempre há alguém disposto a opinar sobre uma vida que não é a própria.
Se você muda, questionam.
“Quem ela pensa que é pra querer algo diferente?”
Se você permanece, apontam.
“Deveria sair do lugar, fazer algo da vida.”
Se você sonha, riem.
“Isso não é pra você.”
Se você desiste, condenam.
“Fraco. Nunca foi capaz.”
Parece que existe um manual invisível de como esperam que você viva — só
esqueceram de perguntar se você queria participar dessa encenação.
A verdade desconfortável é que, muitas vezes, o que transborda nos
julgamentos dos outros não é sobre você. É sobre eles. Suas frustrações mal
curadas. Suas dores mascaradas de crítica. Suas próprias limitações projetadas
em quem teve coragem de tentar ser diferente.
E aí, diante desse cenário, cabe uma pergunta simples, mas essencial:
você quer viver de verdade ou quer ser personagem no roteiro de quem nunca
pagou o preço das suas escolhas?
Nem toda opinião merece casa no seu pensamento. Nem todo comentário
precisa ser vestido como verdade. Aprender a filtrar é, talvez, uma das maiores
habilidades da vida adulta. E filtrar não é ser arrogante, é ser saudável. É
proteger sua própria sanidade.
No fim das contas, a régua do mundo nunca vai ser justa. Porque ela muda
conforme o humor, conforme o viés, conforme o incômodo que sua autenticidade
provoca. O mundo não está, e talvez nunca estará, preparado para quem escolhe
viver do seu jeito.
Então, que seja por você. Que seja do seu jeito. Que seja imperfeito, mas
verdadeiro. Porque tentar caber no molde dos outros é se esquecer de quem se é.
E viver para agradar quem nunca estará satisfeito… isso não é vida. É prisão.
Se há uma escolha que vale a pena todos os dias, é essa:
Escolha você.
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