A vida tem esse jeito curioso de agir. De repente, ela nos surpreende, vira a mesa, embaralha as cartas e, sem pedir licença, muda o jogo. Às vezes, leva pessoas que amamos, outras vezes arranca de nós aquilo que parecia certo, seguro, garantido. E quando olhamos ao redor, tudo parece fora de lugar, como um quebra-cabeça espalhado no chão.
É nesses momentos que percebemos uma verdade: nada é tão nosso quanto pensamos. Os planos mais bem feitos podem se desfazer num sopro. As certezas mais firmes podem rachar como vidro. E, no entanto, há sempre algo que permanece. Algo silencioso, simples e poderoso. Chama-se amanhã.
O amanhã chega, ainda que você não queira. Ele invade, escancara a janela e derrama luz sobre os escombros daquilo que se foi. E, por mais que a gente relute, ele traz a possibilidade — real e palpável — de recomeçar. Porque a vida, apesar de suas perdas, é teimosa. Ela insiste em continuar.
Recomeçar não é esquecer. Não é fingir que não doeu. É aceitar o espaço vazio, respirar fundo e seguir. É reconstruir com o que sobrou. E, às vezes, descobrir que o que sobrou é exatamente o que precisava.
Então, se hoje tudo parece fora do lugar, respire. A vida não termina nos tombos. Ela se reinventa nos passos seguintes.
Acredite. Siga. Você ainda tem muito caminho pela frente.
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