A vida é feita de momentos únicos, irrepetíveis, cheios de significado. E, por mais que essa frase pareça um clichê jogado ao vento, ela carrega uma verdade que, muitas vezes, só percebemos quando já deixamos muitos instantes escaparem pelos dedos.
Vivemos numa correria desenfreada. Trabalha-se demais, corre-se demais, preocupa-se demais. E, no meio desse vendaval de obrigações e pressões, surge um perigo silencioso: o de apenas existir.
Acordar, cumprir tarefas, atravessar dias como quem atravessa uma rua movimentada — sem nem reparar no que há dos dois lados. Sobreviver no automático, como se a vida fosse apenas uma longa lista de pendências a serem riscadas.
Mas viver… viver é diferente. Viver exige presença. Exige consciência. Viver é olhar o céu e perceber que, naquele tom de azul, há uma beleza que nenhuma notificação do celular vai te oferecer. Viver é prestar atenção no cheiro do café, no som da risada de quem você ama, no abraço que te acolhe, na brisa que toca o rosto e te lembra que você está aqui — e isso, por si só, já é um milagre.
É complicado, eu sei. Nem sempre dá pra largar tudo, desacelerar o mundo, apertar um botão de pausa na vida. Mas, às vezes, devemos, sim, fazer isso. Nem que seja por alguns minutos. Nem que seja só pra respirar, fechar os olhos e se perguntar:
“Eu estou vivendo… ou apenas existindo?”
Porque o tempo não espera. E a vida não manda aviso. O que a gente deixa pra amanhã pode não estar mais lá. E não falo de ser alarmista, nem de criar urgências onde não há. Falo, sim, de valorizar aquilo que realmente importa. Falo de estar onde os pés estão, de viver de verdade o que está diante dos nossos olhos.
Não dá pra passar a vida inteira adiando alegrias, acumulando tarefas e esquecendo dos afetos. A vida não é só trabalho, nem só responsabilidades. Ela é feita, sobretudo, de detalhes. Daqueles que não cabem em planilhas nem em contratos. Mas cabem na memória. Cabem no coração. E são esses que, no fim, fazem tudo valer a pena.
Por isso, se eu puder te deixar um conselho simples hoje, é esse:
Permita-se viver. De verdade.
Nem que seja nas pequenas coisas. Nem que seja num sorriso bobo, numa conversa sem pressa, num silêncio confortável, num café tomado olhando pela janela.
Porque existir é condição.
Viver… ah, viver é escolha.
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