Não dá pra voltar lá atrás!

Não dá pra voltar lá atrás.

Não dá pra desfazer os passos, nem apagar as palavras ditas, nem recolher os pedaços que ficaram pelo caminho.

O passado… ah, o passado tem essa mania de ser definitivo.

Mas, quer saber? Ainda assim, ele não manda mais em mim.

Porque, de onde estou agora, aprendi que não é sobre reescrever o que passou.

É sobre escolher — bem aqui, bem agora — o rumo que quero seguir.

E não é simples, não.

Escolher exige coragem.

Coragem de soltar as mãos do que não volta,

de encarar o espelho sem desviar os olhos,

de entender que erros não definem, só ensinam.

Talvez, por muito tempo, eu tenha acreditado na mentira de que o destino é coisa pronta, que a vida vem com roteiro e ponto final.

Mas não…

O destino não é linha reta, não é estrada pavimentada.

Ele se faz no passo, no tropeço, no recomeço.

E se não posso reescrever o que ficou para trás, posso, sim, transformar o que vem pela frente.

Com fé.

Com aquele tipo de fé que não se explica,

que às vezes nem se sente inteira,

mas que se escolhe,

se planta,

se cuida.

Coragem no bolso, esperança no peito e vontade nos pés.

O caminho?

Ah… o caminho se abre quando a gente anda.

Porque, no fim das contas, a vida é isso:

Não é sobre o que passou.

É sobre o que se faz — daqui pra frente.