Existe uma linha tênue — quase invisível — entre o senso coletivo e a responsabilidade individual. E, ao que tudo indica, essa linha anda apagada, desfocada, esquecida.
O ser humano, em sua ânsia de pertencer, muitas vezes se dissolve na massa. Quando isso acontece, a identidade se fragiliza, e junto com ela, o entendimento de onde começam e terminam os próprios deveres.
A frase de Thomas Sowell é mais do que um comentário sobre os tempos atuais. É um espelho.
Ele reflete o paradoxo de uma sociedade que, em nome da empatia, substituiu a responsabilidade pelo ressentimento. Que, em nome da reparação, trocou a reflexão pela condenação.
Mas há um dilema profundo aqui:
Se cada indivíduo não responde mais por si,
E se todos, de algum modo, respondem pelo todo —
O que sobra do próprio “eu”? Onde mora a consciência?
Seremos, então, eternos devedores de pecados que não cometemos?
Ou estaremos, sem perceber, hipotecando nosso presente à sombra dos erros alheios?
A resposta, talvez, não esteja nas ruas, nem nas redes, nem nos discursos.
Talvez ela ainda resida no lugar mais simples — e mais negligenciado:
Na escolha individual.
No ato de se responsabilizar — não pelo mundo inteiro,
Mas, antes de tudo, por si mesmo.
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