terça-feira, 27 de maio de 2025

Entre o Medo e a Esperança

Naquela esquina onde o ontem ainda sussurra e o amanhã já começa a bater à porta, estamos nós — cheios de medo e angústia, mas também de esperança e expectativas. Como quem carrega pedras nos bolsos e flores nas mãos.

Tem dias em que acordamos com o coração apertado, sentindo que algo está fora do lugar, mesmo sem saber o quê. Talvez seja o mundo lá fora, talvez seja o mundo aqui dentro. O café esfria, a mensagem não chega, o tempo corre. E a gente tenta acompanhar, mesmo tropeçando nas incertezas.

Mas, curiosamente, no mesmo instante em que o medo cresce, também cresce a vontade de continuar. Uma parte de nós desconfia do futuro, mas a outra acredita nele com uma fé quase infantil. Porque é isso que nos move: esse contraste, esse equilíbrio frágil entre o que nos assusta e o que nos inspira.

A angústia, por mais pesada que seja, ensina. Ela avisa que estamos vivos, sentindo, atentos. E a esperança — ah, a esperança é o que amacia tudo. É o que nos faz abrir a janela mesmo num dia nublado, é o que sussurra: “vai passar”.

No fundo, viver é isso. Um constante estar entre extremos. Somos frágeis e fortes, ao mesmo tempo. Estamos com medo, sim. Mas também carregamos sonhos que ainda nem conseguimos nomear.

E no fim das contas, talvez seja aí que mora a beleza: no fato de que, mesmo assustados, seguimos. Com um passo hesitante e outro cheio de coragem. Com angústia no peito, mas também com brilho nos olhos.

Sempre em frente. Sempre entre o medo e a esperança.

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