quinta-feira, 19 de junho de 2025

💔As Partes Esquecidas de Nós

Há partes de nós que vivem esquecidas — e não por acaso. São ideias que apagamos por medo do julgamento, lembranças que abafamos porque doem demais, versões inteiras que deixamos trancadas em silêncio para caber melhor no mundo.

Vivemos tempos em que ser aceito, compreendido e admirado parece ter mais valor do que ser inteiro. Por isso, aos poucos, vamos abandonando pedaços de nós no caminho. Escondemos o choro atrás do sorriso automático. Engolimos opiniões para manter a paz. Negamos desejos antigos porque parecem bobos demais, infantis demais, impraticáveis demais.

Mas será que viver ignorando essas partes nos faz realmente mais fortes? Ou apenas mais distantes daquilo que somos?

Somos feitos de muitas camadas — algumas que mostramos com orgulho, outras que escondemos com vergonha. Mas todas elas contam a nossa história. Inclusive os traumas, as falhas, os sonhos esquecidos no fundo da gaveta.

Há uma sabedoria nas partes esquecidas. Elas não desaparecem. Elas esperam. Esperam o momento em que vamos ter coragem de reabrir aquela porta fechada há anos, encarar o que fomos e o que deixamos de ser. Porque, no fundo, tudo o que abafamos continua pulsando.

As versões antigas de nós mesmos não precisam ser negadas — precisam ser compreendidas. Talvez o que fomos aos 15, aos 23 ou ontem mesmo, ainda tenha algo a nos ensinar.

Não somos só o que mostramos ao mundo. Somos também tudo aquilo que calamos.

E às vezes, o reencontro com essas partes esquecidas é o que faltava para nos sentirmos finalmente completos.

Por isso, com delicadeza, vale a pena perguntar:

Que parte de mim eu deixei para trás?

Será que é hora de buscá-la de volta?

Porque silenciar demais o que somos é o jeito mais rápido de se perder.

E lembrar… pode ser o primeiro passo para se reencontrar.

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