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domingo, 31 de agosto de 2025

⏳Não há passatempo melhor do que viver

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“A vida é a melhor coisa que eu conheço para passar o tempo”.

- Luis Fernando Veríssimo

O tempo não é inimigo, é companhia. Ele anda descalço ao nosso lado, mas a gente insiste em correr de sapatos apertados. Queremos chegar antes, chegar logo, chegar onde nem sabemos. E o tempo? Ele só caminha, tranquilo, contando as horas como quem conta histórias.

É curioso como gastamos a vida tentando economizar minutos. Cortamos o silêncio, aceleramos os passos, vivemos por atalhos. Mas um dia, quando o ponteiro cansar e a pressa já não fizer sentido, vamos perceber que tudo o que tínhamos para fazer com o tempo era viver com ele, não contra ele.

Por isso, pare um pouco. Respire fundo. Observe as cores da manhã, ouça o riso que vem de longe, prove o café sem olhar para o celular. Descubra que a vida não é um obstáculo para o tempo passar — ela é o próprio caminho, e talvez, só talvez, o tempo goste de caminhar devagar com quem sabe apreciar a paisagem.


sábado, 30 de agosto de 2025

🗣️Conversa sobre o último dia: um dia você acerta

. . . 

— Já pensou nisso? — ele perguntou, olhando para o nada.

— Pensar no quê? — respondi, sem levantar os olhos do café.

— Que um dia essa frase faz sentido: “Viva como se fosse o último dia.”

— Eu sempre achei isso um exagero. Se eu acreditasse nisso, ia largar tudo agora.

— Largar por quê?

— Porque, se fosse o último, eu não ia trabalhar, não ia pagar conta, não ia discutir no trânsito. Ia viver… sei lá… intensamente.

— Mas talvez seja esse o ponto — ele sorriu. — Intensidade não tem a ver com bagunçar a vida. Tem a ver com não adiar.

— Como assim?

— Como dizer agora o que você guardou para depois. Como parar de engolir sonhos porque está com medo de falhar. Como viver sem esperar a licença do tempo.

— Parece bonito, mas… a gente tem tantas obrigações…

— É. Até o último dia chegar. E, quando ele vier, nenhuma obrigação vai importar. Só as coisas que você deixou de fazer porque achou que ainda tinha tempo.

Silêncio.

O café esfriou, mas a frase ficou quente na cabeça:

“Um dia, você acerta.”

 

🪦Se fosse hoje?

. . . 

Dizem para viver o dia

como se fosse o último.

Mas quem acorda pensando

que a vida vai terminar ao anoitecer?

 

Se eu soubesse,

talvez não corresse tanto,

talvez andasse descalço

na rua que sempre apressei.

Talvez olhasse nos olhos

de quem só olhei por cima.

 

Mas não sei,

talvez eu apenas chorasse,

ou talvez risse da pressa

que sempre me fez perder o agora.

 

O último dia é um mistério

que carregamos no bolso,

como um bilhete sem data.

Por isso, dizem:

“Viva todos os dias como se fosse o último.”

 

Não para esgotar,

mas para sentir.

Não para gastar,

mas para existir.

 

Porque um dia,

sem aviso,

o bilhete será aberto.

E espero que,

quando isso acontecer,

eu não esteja devendo

momentos a mim mesmo.

 


⚰️Quando o último dia chegar

. . .

"Viva todos os dias como se fosse o último. Um dia você acerta."

- Luis Fernando Veríssimo

Dizem que devemos viver cada dia como se fosse o último.

Confesso: sempre achei essa frase assustadora. Imagine acordar pensando que, à noite, tudo se apaga. Que não haverá amanhã para corrigir erros, para dizer o que ficou entalado, para abraçar quem se afastou. Se eu vivesse assim, não sei se faria grandes coisas ou se passaria o dia chorando.

Mas há quem diga que um dia acertaremos. E essa é a parte mais curiosa da frase. Porque, no fundo, ela carrega uma verdade inevitável: um dia será mesmo o último. E, talvez, a gente não perceba.

A pergunta é: o que faríamos se soubéssemos?

Talvez você dissesse que diria “eu te amo” para quem nunca disse. Talvez eu parasse de economizar sorrisos. Talvez alguém se despedisse do trabalho que odeia, sem medo do boletim financeiro. Mas e se… nós pudéssemos fazer isso sem a urgência do fim?

O problema é que a gente vive como se a vida fosse infinita. Adiamos planos, empurramos conversas, deixamos sonhos para um amanhã que não tem garantia de chegar. E, enquanto isso, colecionamos arrependimentos de tudo aquilo que não fizemos — como se tivéssemos todo o tempo do mundo para corrigir.

Viver como se fosse o último dia não significa gastar tudo, beijar todos, ou mergulhar em uma piscina de extravagâncias. Significa ter coragem. Coragem para não esperar, para fazer caber na rotina aquilo que faz sentido. Coragem para dizer o que importa. Coragem para não viver no automático.

Porque um dia… sim, um dia a frase estará certa. E, nesse dia, espero que a gente tenha vivido muitos outros com a leveza de quem soube aproveitar o tempo sem esperar pelo relógio da despedida.


🔐O que fica guardado não desaparece, apenas muda de lugar

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Há silêncios que pesam mais do que palavras duras. Silêncios que nos acompanham como pedras nos bolsos, afundando-nos pouco a pouco no fundo de nós mesmos. É curioso como acreditamos que calar é sempre a escolha mais sábia, como se engolir palavras fosse sinônimo de paz. Mas, no fundo, sabemos: o que fica guardado não desaparece, apenas muda de lugar — e quase sempre vai para dentro.

Evitar uma conversa difícil pode parecer prudência, mas, muitas vezes, é apenas medo disfarçado de sensatez. Medo de ferir, medo de perder, medo do que virá depois do ponto final. Então deixamos a frase pela metade, a explicação no ar, e nos trancamos num labirinto onde só nós ouvimos os gritos.

O que não dizemos adoece. Vai para o peito, para os ombros, para o sono. Transforma-se em ansiedade, em mágoa, em distância. É assim que relações se desfazem sem briga: não por falta de amor, mas por excesso de silêncio.

Conversas difíceis doem, é verdade. Mas doem para curar. Como o remédio amargo que salva, como a ferida que precisa ser lavada para não infeccionar. Porque um diálogo sincero, ainda que machuque, é sempre mais leve do que uma vida inteira carregando o que nunca foi dito.

Falar é coragem. Silenciar é às vezes uma sentença. E no fim, quase sempre descobrimos que as palavras que temíamos eram menos pesadas do que o silêncio que carregávamos.

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

💪🏻A Coragem que Faltou!

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Há uma frase que ecoa como um sussurro incômodo nas esquinas da consciência: “O mundo estaria salvo se os homens de bem tivessem a mesma ousadia dos canalhas.” Benjamin Disraeli não escreveu isso como quem joga palavras ao vento. Ele cravou uma ferida.

Vivemos tempos em que a decência parece tímida. O homem honesto pede licença, enquanto o desonesto invade. O justo pondera, o injusto grita. E assim, o mundo vai sendo moldado não pela maioria silenciosa dos bons, mas pela minoria barulhenta dos ousados sem escrúpulos.

Mas por que os bons hesitam? Talvez porque confundem coragem com arrogância, firmeza com agressividade. Talvez porque foram ensinados que o bem se faz em silêncio, que a virtude não precisa de palco. Só que o palco está ocupado — e não por quem merecia os aplausos.

A ousadia dos canalhas é estratégica. Eles não pedem permissão para ocupar espaços, para influenciar decisões, para manipular narrativas. Enquanto isso, os homens de bem esperam o momento certo, o consenso, a aprovação. E o tempo passa. E o mundo se curva.

Não se trata de transformar o bem em grito, mas de dar-lhe voz. De entender que a ética não precisa ser tímida, que a integridade pode — e deve — ser combativa. Que a gentileza não é sinônimo de passividade.

Talvez o mundo não precise de mais heróis, mas de bons que não se escondam. Que tenham a ousadia de se posicionar, de agir, de enfrentar. Porque quando o bem se cala, o mal faz discurso.

E no fim, o que salva o mundo não é a ausência do mal, mas a coragem do bem.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

🤐 O silêncio é um discurso que poucos sabem ler

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— Você ainda está esperando a resposta?

— Estou. Talvez ela venha.

— E se não vier?

— Então… talvez signifique nada.

— Nada? — ele sorriu de leve. — Às vezes, o nada significa tudo.

Ele franziu a testa.

— Não dizer nada é… dizer algo?

— Sempre. Silêncio é uma linguagem. Ausência é uma presença invertida.

— Mas se a pessoa não respondeu, pode ser que esqueceu.

— Ou pode ser que não quis. Não agir é agir. Não mandar é mandar uma mensagem.

Ele respirou fundo, desconfortável.

— Então, eu deveria parar de esperar?

— Você deveria ouvir o que não está sendo dito. A falta também fala, só que nem todos querem ouvir.

Ele ficou quieto. Pela primeira vez, entendeu que aquele silêncio do outro lado não era um acaso, era uma escolha.

 

E

terça-feira, 26 de agosto de 2025

☎️Até o nada se comunica!

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A falta de atitude é uma atitude. A falta de mensagem é uma mensagem.

Vivemos esperando sinais. Um gesto, uma palavra, um movimento que confirme o que queremos acreditar. Mas, no silêncio, esquecemos que a ausência também fala — e, às vezes, grita.

Não responder já é responder. Não agir já é agir. Quando alguém escolhe não dizer nada, quando decide não mover um dedo, está tomando uma decisão: permanecer no lugar, fechar a porta, ou simplesmente não se importar o bastante para atravessá-la.

É duro, eu sei. Porque aprendemos a ler somente o explícito, aquilo que salta aos olhos. Mas a vida se comunica nas entrelinhas. O silêncio pode ser conforto, mas também pode ser indiferença. Pode ser paz, ou pode ser o fim de uma guerra que você nem sabia que existia.

E nós, insistimos. Queremos interpretar a falta como um erro, um descuido, um esquecimento. Quando, no fundo, a falta também é escolha. E escolhas falam.

Então, da próxima vez que o telefone não tocar, que a mensagem não chegar, que o gesto não acontecer, não se iluda: isso também é um recado.

Porque, no fim, tudo comunica — até o nada.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

💭Rir é o Melhor Remédio (Reflexão)

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Sempre ouvi dizer que rir é o melhor remédio. E, por muito tempo, duvidei. Afinal, como uma gargalhada poderia curar feridas que nem os remédios mais caros conseguem tocar? Como o riso poderia resolver a dor de uma perda, o peso da saudade, a angústia de um futuro incerto?

 

Com o tempo, percebi que a frase não falava de cura, mas de alívio. Rir não resolve a conta atrasada, nem traz de volta quem partiu. Mas, por alguns segundos, faz a vida parecer menos pesada. Uma piada inesperada, um tropeço engraçado, um meme bobo no meio do caos — tudo isso age como um analgésico para a alma cansada.

 

O riso não muda a realidade, mas muda o olhar. Ele não apaga a tempestade, mas abre uma fresta de sol por entre as nuvens. E, às vezes, é só isso que precisamos: um instante para respirar e lembrar que a vida, apesar de dura, ainda sabe ser leve.

 

No fundo, rir é um lembrete: a dor não é eterna, o problema não é absoluto, e dentro de nós ainda existe espaço para a alegria. Então, quando tudo parecer desmoronar, permita-se um sorriso — mesmo pequeno, mesmo tímido. Ele não vai consertar o mundo, mas pode consertar o seu dia.

🤡Rir é o Melhor Remédio: Um conto no consultório

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“Próximo!”, gritou a atendente do consultório, com um sorriso que parecia patrocinado pela piada pronta. Entrei na sala com um espirro digno de comercial de antigripal.

 

— Doutor, acho que estou gripado. Febre, dor no corpo, uma tristeza estranha…

O médico, usando um nariz de palhaço e estetoscópio com glitter, abriu um sorriso largo.

— Tristeza? Meu caro, isso é falta de riso no sangue. Vamos ver seu exame de humor.

 

Ele puxou uma ficha com emojis no lugar de números.

— Hmm… gargalhada: baixa. Ironia: quase zerada. Sarcasmo… parabéns, tá acima da média, mas não é o suficiente. Vou te receitar duas doses de piada por dia e uma live de stand-up antes de dormir.

 

— Doutor, mas eu só tenho dor de garganta…

— Ah, isso é sintoma clássico de falta de piadas de duplo sentido. Não andou lendo nenhuma, né?

Balancei a cabeça, envergonhado.

— Pois é… Esse descuido é perigoso. Daqui a pouco você pega uma gripe dramática ou, pior, uma pneumonia existencial. Vai rir do quê? Do preço do gás? Não sustenta.

 

No corredor, uma enfermeira passava distribuindo receitas:

— Para a senhora, um vídeo de gato tropeçando na bola de yoga. Pro senhor, dez memes sobre segunda-feira.

 

Do outro lado, um paciente reclamava no balcão:

— Moça, eu vim pegar meu remédio e só me deram um DVD do Chapolin Colorado!

— Senhor, esse é nosso tratamento premium. Dura três temporadas.

 

Na farmácia, a coisa era ainda mais surreal. Um cartaz gigante:

“Promoção: leve 3 piadas do pavê e ganhe 1 trocadilho infame!”

Fui atendido por um balconista animado:

— Vai querer comprimido de riso solto ou cápsula de humor ácido?

— O mais forte que tiver, por favor.

Ele sorriu:

— Stand-up puro em pó, sabor sarcasmo. Dissolve rápido. Só não exagere, overdose de piadas pode causar risada em velório, o que dá processo.

 

Saí de lá rindo sozinho, mas com uma dúvida séria: se rir é o melhor remédio, por que ainda existem planos de saúde? Acho que vou cancelar o meu e assinar o canal de comédia. Afinal, rir pode não curar tudo, mas pelo menos não tem efeito colateral… a não ser uma dorzinha no abdômen e uns olhares tortos quando você gargalha no ônibus.

🤣 Rir é o melhor remédio (Sátira)

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Rir é o melhor remédio. A ciência não confirma, mas o WhatsApp da sua tia garante, então é verdade. Esqueça médicos, esqueça farmácias — o futuro da saúde está no stand-up comedy. Gripe? Gargalhada. Dor de cabeça? Maratona de memes. Depressão? Um TikTok com dancinha resolve.

Aliás, já me imagino chegando no pronto-socorro:

— Doutor, estou com febre alta.

— Toma aqui esse livro do Millôr Fernandes e volta em três dias.

E se a coisa for grave, internação com palhaço residente. Nada de anestesia: “abre a boca, vou contar uma piada pra te sedar”.

Farmácias seriam o paraíso: “Tem Dipirona?”

— Acabou, mas chegou fresquinho um lote de piadas do Porta dos Fundos. Quer com sabor sarcasmo ou humor ácido?”

E claro, plano de saúde cobrindo sessões de stand-up: “Consulta com humorista credenciado: R$ 120”.

Mas cuidado: rir em excesso pode causar efeitos colaterais graves. Já pensou ter uma crise de risos no velório? Ou gargalhar no meio da demissão? Não é só falta de etiqueta, é overdose de alegria. A OMS ainda não regulamentou, mas acho que em breve vai ter bula: “Uso controlado. Evite risadas em locais solenes. Em caso de gargalhada prolongada, procure um comediante mais fraco para reduzir os sintomas.”

No fundo, rir é um remédio sem receita, mas com um detalhe: cura temporária. Porque depois da risada, a conta continua lá, sorrindo pra você.