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A falta de atitude é uma atitude. A falta de mensagem é uma mensagem.
Vivemos esperando sinais. Um gesto, uma palavra, um movimento que confirme o que queremos acreditar. Mas, no silêncio, esquecemos que a ausência também fala — e, às vezes, grita.
Não responder já é responder. Não agir já é agir. Quando alguém escolhe não dizer nada, quando decide não mover um dedo, está tomando uma decisão: permanecer no lugar, fechar a porta, ou simplesmente não se importar o bastante para atravessá-la.
É duro, eu sei. Porque aprendemos a ler somente o explícito, aquilo que salta aos olhos. Mas a vida se comunica nas entrelinhas. O silêncio pode ser conforto, mas também pode ser indiferença. Pode ser paz, ou pode ser o fim de uma guerra que você nem sabia que existia.
E nós, insistimos. Queremos interpretar a falta como um erro, um descuido, um esquecimento. Quando, no fundo, a falta também é escolha. E escolhas falam.
Então, da próxima vez que o telefone não tocar, que a mensagem não chegar, que o gesto não acontecer, não se iluda: isso também é um recado.
Porque, no fim, tudo comunica — até o nada.
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