. . .
— Você ainda está esperando a resposta?
— Estou. Talvez ela venha.
— E se não vier?
— Então… talvez signifique nada.
— Nada? — ele sorriu de leve. — Às vezes, o nada significa tudo.
Ele franziu a testa.
— Não dizer nada é… dizer algo?
— Sempre. Silêncio é uma linguagem. Ausência é uma presença invertida.
— Mas se a pessoa não respondeu, pode ser que esqueceu.
— Ou pode ser que não quis. Não agir é agir. Não mandar é mandar uma mensagem.
Ele respirou fundo, desconfortável.
— Então, eu deveria parar de esperar?
— Você deveria ouvir o que não está sendo dito. A falta também fala, só que nem todos querem ouvir.
Ele ficou quieto. Pela primeira vez, entendeu que aquele silêncio do outro lado não era um acaso, era uma escolha.
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