O negativismo é contagioso. Palavras têm poder — tanto para o mal quanto para o bem. Não acredito que o positivismo seja o antídoto para o negativismo. Embora opostos, ambos se assemelham em algo essencial: podem distorcer o fluxo natural da vida, desviando-nos da simplicidade do existir.
O negativismo parece ter mais força. E, na verdade, tem mesmo, porque a tendência humana é se espelhar no que ainda não aconteceu, projetando-se quase sempre para o lado sombrio e sofrido das coisas. É um movimento quase instintivo: antecipar dores que talvez nunca venham, mas que, mesmo assim, nos paralisam.
Por outro lado, o positivismo se apresenta como uma espécie de fórmula mágica, carregada de frases de efeito e promessas de vitória, como se a vida fosse um roteiro que depende apenas do entusiasmo para dar certo. No entanto, essa euforia muitas vezes ignora a essência da realidade, reduzindo-a a um discurso bonito, mas distante do que realmente somos e vivemos.
Negativismo e positivismo são opostos que caminham juntos. Um se alimenta do outro. Ambos miram o mesmo alvo: os nossos sentimentos. E, quando cedemos, deixamos de lado aquilo que realmente importa — a vida acontecendo agora, do jeito simples e natural que ela deveria ser vivida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário