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Dizem que quando você chega na estação certa, você entende porque perdeu o trem tantas vezes. Mas ninguém fala sobre a sensação de estar sentado no banco frio, vendo os vagões passarem diante dos olhos, levando embora histórias que você nunca vai viver. É fácil achar que o problema está no relógio errado ou no passo lento. Difícil é aceitar que talvez não era para ser, não naquele momento.
Quantas vezes você esperou ansioso, olhando para os trilhos, acreditando que aquele seria o trem? E quando ele veio, você não estava pronto. Ou estava, mas a vida achou que não. Então, ficou parado, vendo as janelas se afastarem, levando os sonhos que você imaginou lá dentro. Doeu, não doeu? Doeu como sempre dói perder algo que parecia ser para nós.
Mas a vida não atrasa. A vida prepara. Cada perda, cada espera, cada silêncio entre uma chegada e outra foi te moldando para a viagem certa. Talvez você não perceba agora, mas as estações erradas também ensinaram lições certas: paciência, resiliência, coragem para continuar esperando.
E um dia, quando você menos esperar, vai ouvir o apito. Vai sentir o vento quente da locomotiva, e vai saber: é este. Não porque alguém disse, não porque você leu em algum lugar. Mas porque tudo vai fazer sentido. As partidas, as ausências, os desencontros… eram apenas o caminho para este momento.
E quando você sentar na poltrona e olhar pela janela, vai sorrir. Não por ter chegado. Mas por entender, finalmente, que a espera também fez parte da viagem.
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