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sexta-feira, 1 de agosto de 2025

🚏O Ponto Final das Expectativas

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A frase ecoa como um sino em uma catedral vazia: "A paz começa quando você deixa de criar expectativas sobre o que você não controla." E é verdade, a gente se debate tanto contra as marés da vida, tentando dobrar o vento, ajeitar o sol, mudar o que simplesmente é. Criamos cenários na nossa mente, como diretores de cinema amadores. O filme ideal, com a trilha sonora perfeita e os diálogos ensaiados. O emprego dos sonhos, o relacionamento que não tem briga, o amigo que nunca falha. E a vida, com seu roteiro imprevisível, sorri e nos mostra que ela é muito mais caótica e interessante do que nossos rascunhos.

A gente espera que o outro nos entenda sem a gente precisar falar. Que o chefe reconheça nosso esforço sem a gente precisar pedir. Que o trânsito flua, a conta feche no azul e o dia seja sempre claro. E a frustração, essa visita indesejada, chega sem aviso quando a realidade não se encaixa nas nossas expectativas. Ela é o fantasma da "vida que deveria ser" assombrando a "vida que é".

Mas a paz, essa moça serena e silenciosa, está esperando que a gente desista de lutar contra o que não pode ser mudado. Ela não está em um paraíso distante ou em um estado de espírito inalcançável. Ela está no instante em que a gente respira fundo e aceita que o trem atrasou, que o e-mail não chegou e que a chuva estragou o piquenique. A paz está em entender que a única coisa que podemos controlar de verdade é a nossa reação.

Quando soltamos as amarras das expectativas, o barco da nossa vida navega mais leve. Passamos a apreciar a paisagem do caminho, mesmo que ela não seja a que planejamos. O sol, quando aparece, é uma alegria genuína. O sorriso de um estranho, um presente. A gente para de esperar e começa a viver o que a vida oferece, sem filtros, sem retoques. A paz, afinal, não é a ausência de tempestades, mas a tranquilidade de quem aprendeu a dançar na chuva.

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