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A reflexão faz parte da vida — disso não há dúvida. Mas nem todo ser humano parece ter essa percepção ou essa característica tão colada à alma, tão entranhada nos pensamentos e nos sentimentos. Refletir é mergulhar no íntimo do nosso ser, tocar o profundo da alma e, a partir daí, trazer de volta ao pensamento emoções que nos habitam.
Esse movimento interno, muitas vezes silencioso, tem o poder de nos conduzir por caminhos de mudança. Não necessariamente porque refletir é mudar — não é. Refletir é, antes, um ato de emergir, de escutar o que pulsa por dentro, na tentativa de conscientizar, melhorar, ou mesmo aperfeiçoar algo em nós. É uma busca, uma pausa consciente diante do ritmo acelerado da vida.
Refletir também nos conecta com o sagrado que existe em cada novo dia. A vida, em sua plenitude, é dádiva — uma permissão divina para que abramos os olhos e atentemos ao que recebemos. Olhar ao redor com um coração desperto é perceber o quanto a bênção repousa sobre nossa existência, mesmo diante de tantos outros cenários de dor e escassez espalhados pelo mundo.
Refletir é, no fim das contas, um gesto de grandeza. É a magnitude da vida expressa num ponto de interrogação constante, que nos acompanha desde o primeiro suspiro até o último. É um paradoxo bonito e, ao mesmo tempo, inquietante — uma espécie de espelho instalado nas entranhas da humanidade.
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