Sabe, num desses dias, fiquei profundamente triste. O mundo girou como sempre faz, mas dessa vez trouxe junto um peso antigo, uma maré de lembranças que me afogou em pura nostalgia. Minha alma sentiu o impacto silencioso das perdas, dos fracassos, e das culpas que se enroscam nos tortuosos e longos caminhos que já percorri.
O coração, frágil diante da impermanência da vida, alterou seu compasso; acelerou num ritmo descompassado, quase desesperado, perseguindo respostas que não vêm, acompanhado das incógnitas que esta existência teima em carregar.
E então, vieram os fantasmas. Não os de lençóis brancos, mas aqueles invisíveis que moram nas frestas da memória. Percorreram os corredores escuros de cada sentimento, arrastando correntes que dilaceravam pensamentos e emoções. Eles não pediram licença. Invadiram, quebraram, remexeram, e voltaram-se contra o rumo que a vida, antes, parecia tão certa em seguir.
Havia um silêncio denso, como se o tempo tivesse parado para me lembrar que, por mais que o futuro se estenda à frente, há pedaços de mim que permanecem no passado — e que talvez nunca voltem a ser inteiros.
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