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Nunca se defendeu tanto certos nichos da sociedade como hoje. Nunca se falou tanto em ética e moral como instrumentos de construção de uma sociedade justa. No entanto, como contraponto, o egoísmo reina — é o centro e o comandante de muitas atitudes humanas. E, logo atrás, vem o orgulho, de mãos dadas.
Claro, há exceções — como em tudo —, mas, de modo geral, o “outro” parece estar sendo ignorado. Fala-se muito sobre gentileza e empatia, mas essas palavras raramente ultrapassam o discurso. São barradas por um umbigo intolerante e egocêntrico, aquele que não enxerga nada além de si mesmo e do que lhe traz vantagem.
Essa postura se manifesta nas pequenas e grandes atitudes.
É a buzina apressada, que se julga o melhor motorista do mundo, mas não usa sequer a seta para indicar uma conversão.
É o moralista que prega valores elevados, mas fura a fila do banco e do mercado, e não dá passagem a ninguém — afinal, os outros que se virem, ele é o único que importa.
É o pedestre que caminha no meio da rua como se fosse dono do asfalto, crente de que os motoristas é que devem esperar ou desviar — afinal, seu direito é maior do que o bom senso.
A verdade é que a sociedade adoeceu — e continua adoecendo.
Somos seres humanos cada vez mais hipócritas, contraditórios e centrados em nós mesmos. O outro deixou de importar. O que vale é o próprio umbigo, mais sagrado e valioso do que qualquer senso de coletividade.
Vivemos afogados em discursos rasos, recheados de palavras bonitas, mas que desmoronam diante do primeiro teste prático. Teorias aplaudidas que, na vida real, se tornam inúteis diante da covardia de quem não pratica o que prega.
Como costumo dizer: o problema da humanidade… é a própria humanidade.
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