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terça-feira, 8 de julho de 2025

🫶🏻Use Coisas, Ame Pessoas

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Vivemos numa época em que tudo parece estar de cabeça pra baixo. O consumo virou companhia, o afeto virou distração e o tempo com o outro, muitas vezes, virou item de luxo. Em meio a esse mundo tão barulhento, essa frase ecoa como um pedido de socorro: use coisas, ame pessoas.

Mas a ordem tem se invertido. Amam-se objetos. Idolatram-se marcas. Confunde-se valor com etiqueta. E, em contrapartida, muitas vezes, usam-se pessoas — como se fossem ferramentas, degraus, entretenimento passageiro.

O que era pra ser essencial virou descartável. E o que era pra ser passageiro virou prioridade. Trocam-se amizades por status, conversas por curtidas, presenças por notificações. No fundo, todos estamos carentes de algo que o consumo não entrega: vínculo. Sentido. Verdade.

Amar pessoas é dedicar tempo sem esperar retorno imediato. É estar presente, escutando com atenção, sem dividir a atenção com a tela do celular. É lembrar de um detalhe, de uma dor, de uma alegria antiga. É não tratar o outro como algo substituível. É respeitar. É cuidar. É acolher.

Já as coisas… ah, elas têm seu lugar, claro. São úteis. Facilitam a vida. Algumas até emocionam, nos trazem lembranças, nos ajudam a expressar quem somos. Mas não podemos confundir: elas foram feitas para servir, não para ocupar o lugar de gente.

Coisas não sentem. Não ligam se você está triste. Não perguntam se você dormiu bem. Coisas não te abraçam no fim do dia. Pessoas sim.

Então, talvez seja hora de reorganizar os valores. De colocar os sentimentos no centro, os objetos no lugar que lhes cabe, e as pessoas… no coração.

Porque no fim, quando tudo for memória, serão os rostos, as vozes, os gestos de amor que permanecerão.

E não o que você comprou, mas quem você amou.

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