| PÁGINAS

sexta-feira, 11 de julho de 2025

🤐O silêncio, por vezes, é grito

Há um som que não se ouve,

mas que ecoa fundo no peito.

É o silêncio — esse véu discreto —

que veste a alma em seus direitos.

 

Quando a palavra se esconde,

não é porque nada há a dizer.

É que às vezes a dor se apronta

e cala, pra não transbordar o ser.

 

Silêncio não é sempre paz,

às vezes é nó na garganta,

é lágrima que se recusa a cair,

é guerra travada em alma santa.

 

É ausência cheia de presença,

é resposta sem explicação,

é o grito mudo de quem cansa

de mendigar compreensão.

 

Quem ouve o silêncio do outro

precisa mais do que ouvidos —

precisa tato, alma e tempo,

pra decifrar os não ditos.

 

Porque o silêncio, por vezes, é grito.

E só quem escuta com o coração

é capaz de acolher

o que não encontra tradução.

Nenhum comentário: