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Não é o destino que nos molda. São os passos. Um por um. Com tropeços, hesitações, recomeços. A pressa faz parecer que só chegaremos a algum lugar quando tudo estiver resolvido, mas a vida, na verdade, acontece enquanto ainda estamos andando — às vezes sem saber exatamente para onde.
Mário Quintana, com sua delicadeza certeira, nos lembra: são os passos que fazem o caminho. E não o contrário. Não é o mapa perfeito, nem a promessa de um final feliz, nem a certeza do que virá. É o passo dado hoje. É o levantar após a queda. É o pequeno gesto corajoso de continuar mesmo quando tudo diz para parar.
Tem quem espere a coragem chegar para então seguir. Outros querem garantias, segurança, placas indicando “você está indo bem”. Mas o caminho não costuma ser gentil com certezas. Ele prefere as perguntas, os silêncios, os desvios inesperados. E é justamente ali, no incerto, que nascem as melhores descobertas.
A gente aprende com o passo em falso, com a rua errada, com o “não era aqui” que nos obriga a voltar. Cada passo contém uma escolha. E cada escolha, um rastro. Olhar para trás, muitas vezes, é perceber que mesmo os trechos mais difíceis foram necessários para que hoje os pés pisassem com mais consciência.
Não há como pular etapas. Nem como acelerar o que precisa ser vivido com tempo. O caminho só se revela quando caminhamos. E mesmo que você ainda esteja longe de onde gostaria, saiba: o simples fato de estar em movimento já é, por si só, uma vitória.
Afinal, mais importante do que chegar… é não desistir de andar.
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