. . .
Sexta-feira chega e, com ela, um certo alívio. Um respiro, ainda que breve, no meio da correria da vida. Mas hoje, sextou com “S” de muita coisa — e não estou falando só de samba, suor ou cerveja gelada. Sextou com “S” de saudade. Aquela que aperta o peito de repente, sem nem perguntar se pode entrar. Saudade de quem já foi, de quem está longe, ou até da gente mesmo em outras versões que o tempo levou.
Tem também o saudosismo, essa mania bonita de recordar, mesmo que a memória engane e pinte tudo com cores mais vivas do que eram. E que bom que engana — às vezes a lembrança adoça a alma mais do que a realidade adoçou na hora.
Sextou com “S” de sossego, aquele que a gente procura desesperadamente depois de uma semana inteira de compromissos, prazos, tarefas e cobranças. Sossego no corpo, mas, principalmente, na mente. Aquele silêncio bom, que vem depois de desligar o celular e ouvir só o som do próprio coração batendo devagar.
Sextou com sentimentos. Porque ninguém escapa deles. Tem dia que o coração parece uma casa bagunçada: sentimento por tudo quanto é lado. Amor, raiva, esperança, cansaço, ternura, ansiedade — tudo misturado, convivendo como quem divide um mesmo teto e aprende a respeitar o espaço do outro.
Sorriso também entra na lista. Um dos “S” mais poderosos. Às vezes pequeno, tímido, quase escondido. Outras vezes largo, escancarado, desses que chegam primeiro que a pessoa. E ainda bem. Um sorriso sempre muda o ambiente, ainda que só por dentro da gente.
Sinceridade também sextou. Aquela verdade que a gente conta pra si mesmo, mesmo quando não é bonita. Ou aquela que oferecemos ao outro, com delicadeza, tentando não ferir, mas sem abrir mão do que é real.
E se é pra falar em coisas boas, que tal sensacional? Sexta é sensacional quando a gente encontra um tempo pra ser quem é, pra fazer o que gosta, pra dizer o que sente. Quando a gente não precisa vestir armaduras nem responder “tudo bem” por reflexo.
Sextou com sensação. Com aquela brisa leve no rosto, com o arrepio bom de uma música que toca fundo, com o cheiro do café que lembra casa de vó ou infância. E sensatez, por que não? A lucidez de perceber que não é preciso viver tudo de uma vez, que o descanso também é parte da caminhada.
Sensibilidade também merece destaque. Capacidade rara de enxergar o outro, de se colocar no lugar dele, de entender sem precisar ouvir. Solidariedade, esse “S” que salva. E saudável, no corpo e na alma. Saúde que a gente aprende a valorizar com o tempo e com as ausências.
Sextou, enfim, com tudo que começa com “S” e termina em vida. Uma mistura bonita que nos lembra que viver é mesmo um reboliço — e que bom que é. Porque é nesse turbilhão que a gente se reconhece, se reinventa e, no meio da confusão, encontra sentido.
Que sua sexta seja cheia de esses — e que cada um deles te abrace de um jeito especial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário