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Há uma pergunta que ninguém faz em voz alta, mas que grita por dentro nos dias em que tudo parece pesado demais: “Onde você vai quando seu coração dói?”
Alguns vão para o travesseiro — onde as lágrimas sabem o caminho. Outros se escondem em músicas antigas, daquelas que parecem escritas com a alma da gente. Tem quem vá para o banho quente, tentando lavar não só o corpo, mas também o peso do mundo. Há os que correm para o colo de alguém, e os que, mesmo rodeados, se refugiam em si — no silêncio, no escuro, no fundo de um quarto que vira abrigo.
Eu já fui para muitos lugares. Já tentei escapar da dor fingindo não senti-la, como se ela fosse sumir só porque eu a ignorei. Não sumiu. Aprendi, aos poucos, que dor que não é ouvida grita mais alto. Então, passei a escutar.
E é aí que entendi: às vezes, a dor é só o coração pedindo atenção. Pedindo para ser cuidado, não ignorado. Pedindo um tempo, um respiro, um abraço — nem que seja da gente para a gente mesmo.
A verdade é que não existe um só lugar onde se vai quando o coração dói. Cada um encontra o seu refúgio, o seu jeito de se manter em pé. E está tudo bem. O importante não é onde você vai, mas o que você encontra quando chega lá. Se for um pouco de paz, mesmo que breve, então já valeu o caminho.
Porque quando o coração dói, mais do que respostas, ele precisa de gentileza. E talvez o maior gesto de amor que podemos ter por nós mesmos seja esse: ir ao encontro da dor com coragem, e, mesmo tremendo por dentro, dizer a ela — “Eu te escuto. Mas eu não vou desistir.”
E você? Onde você vai quando o seu coração dói? Seja onde for, que você se encontre.
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