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quinta-feira, 10 de julho de 2025

🔄Com uns, abra o coração. Com outros, abra o olho

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A vida é esse constante vai e vem de gente. Uns chegam devagarinho, outros entram feito tempestade. Há os que vêm para somar, e também aqueles que parecem só saber subtrair. No meio desse movimento todo, aprender a diferenciar é mais do que sabedoria — é sobrevivência emocional.

Abrir o coração é um gesto nobre. É permitir que o outro veja nossas janelas mais sensíveis, escute os silêncios que ninguém mais percebe e toque, ainda que de leve, nossas verdades escondidas. Para esses, vale a entrega, a confiança, o café compartilhado sem pressa, o abraço sem hora pra terminar. Eles merecem o melhor de nós. A leveza. A escuta. A calma. A presença inteira.

Mas há outros — e como há — que pedem cuidado. Gente que entra sorrindo e sai deixando a alma da gente bagunçada. Gente que elogia com uma mão e fere com a outra. Para esses, não é frieza o que se deve oferecer, mas vigilância. É o olho bem aberto, o instinto em alerta e a consciência de que nem toda simpatia é afeto verdadeiro.

A grande arte da vida, talvez, seja essa: saber a quem entregar a chave e de quem manter a porta apenas entreaberta. É saber que ser bom não é o mesmo que ser bobo. Que o coração não é casa pra se abrir a qualquer um que bate. Que confiança se constrói — nunca se impõe.

Com uns, ofereça abrigo.

Com outros, mantenha a distância segura.

E com todos, mantenha-se inteiro. Porque, no fim, é você quem precisa se proteger para continuar amando com verdade.

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