| PÁGINAS

quarta-feira, 2 de julho de 2025

🚏Recalcular a Rota

Vivemos em um tempo onde a velocidade é exaltada e a pausa, quase criminalizada. A pressa de chegar a algum lugar — muitas vezes sem saber exatamente para onde — nos coloca em rotas automáticas, decididas mais pelo costume ou pela expectativa alheia do que por nossa vontade genuína. Seguimos caminhos como quem obedece um GPS interior programado por vozes que não são nossas: a do medo, da cobrança, da comparação.

Mas e se estivermos indo rápido demais… na direção errada?

A frase “Que nunca seja tarde para analisarmos o caminho que estamos seguindo e recalcular a rota das nossas vidas” é um convite à coragem — não a coragem de continuar, mas a de parar. Parar para olhar para dentro, para escutar o que o coração tem sussurrado entre uma tarefa e outra. Parar para questionar: por que estou indo por aqui? Para quem estou vivendo assim? O que me custa continuar neste rumo?

Recalcular a rota pode doer. Pode significar voltar atrás, admitir que erramos, que estivemos cegos ou apenas distraídos. Pode implicar em abrir mão do conforto da inércia, do orgulho de “não desistir nunca”, e até da aparência de sucesso. Mas mais vale um desvio consciente do que uma chegada frustrada.

A vida não tem um único destino certo, mas tem direções que fazem sentido — ou deixam de fazer. E reconhecer isso é sinal de maturidade, não de fraqueza. Nunca é tarde para mudar o caminho. Tarde mesmo é continuar andando sem saber por quê.

Portanto, que o medo de recomeçar nunca seja maior que a vontade de viver com verdade. E que a lucidez nos acompanhe, mesmo que seja no meio do caminho, com o simples ato de perguntar: e se eu não estiver onde meu coração queria estar?

Nenhum comentário: