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sexta-feira, 4 de julho de 2025

⏰O Despertar da Alma

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Há um instante, quase imperceptível, em que a alma sussurra algo dentro de nós. Não é um grito, nem um clamor — é um silêncio inquieto que começa a incomodar. É ali, naquele exato ponto entre o conformismo e a verdade interior, que algo começa a se mover.

E desperta.

Durante muito tempo, aceitamos migalhas. Engolimos o que nos foi dito. Dissemos sim por medo, por costume, por evitar o desconforto do confronto. Seguimos papéis, moldes, expectativas que não nos cabiam — como roupas de outro corpo costuradas sobre nossa pele. E, pouco a pouco, algo em nós começou a definhar. Mas não morre o que é essência. Apenas adormece.

A razão pela qual as pessoas despertam não é porque aprenderam uma nova técnica, leram um livro inspirador ou ouviram um discurso inflamado. Nada disso é suficiente, por si só, para despertar uma alma.

As pessoas despertam quando, finalmente, se cansam de concordar com tudo aquilo que as violenta por dentro. Quando percebem que há decisões, palavras, silêncios e relações que insultam o que têm de mais sagrado.

E então, levantam-se.

Talvez com medo, talvez tremendo.

Mas se levantam.

Despertar é dizer “basta” ao que te apaga, ao que te distorce, ao que te diminui.

É olhar nos olhos do espelho e perguntar: “Essa vida ainda me representa?”

É recolher os pedaços, os sonhos esquecidos, os sentimentos reprimidos e dizer: “Agora é por mim.”

Porque alma nenhuma foi feita para viver curvada.

Despertar é, antes de tudo, um ato de coragem silenciosa.

É quando você para de concordar com o que te mata por dentro… e começa a caminhar em direção àquilo que te faz verdadeiramente vivo.

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