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Onde você vai quando seu coração dói?
Não falo daquela dor física que os exames mostram, mas da outra — aquela que não tem diagnóstico, que não se explica em palavras simples. A dor que vem quando alguém vai embora, quando algo se rompe, quando você se perde de si mesmo.
Há quem vá para o silêncio.
Quem feche as cortinas, desligue o telefone e queira apenas desaparecer.
Outros se escondem no barulho — no trabalho, na rotina, em conversas rasas. Qualquer coisa que distraia o buraco que se abriu por dentro.
Há os que choram até o travesseiro saber de cor os caminhos do rosto.
E há os que seguram tudo, fingindo que está tudo bem, enquanto por dentro tudo desaba.
Cada um encontra um refúgio.
Alguns escrevem, outros correm, outros oram.
Há quem busque respostas nos livros, nos cafés solitários, nas músicas antigas.
E há aqueles que, sem saber onde ir, apenas ficam… esperando a dor passar.
Mas a verdade é que, quando o coração dói, não se trata apenas de encontrar um lugar.
Trata-se de encontrar um acolhimento.
Um ombro. Um gesto. Uma palavra que diga: “Eu te entendo, mesmo sem entender tudo.”
E às vezes, esse lugar não é fora. É dentro.
Porque há um canto silencioso na alma onde a dor se acomoda até virar aprendizado.
Onde o que parecia fim vira começo.
Onde, mesmo em pedaços, você ainda é inteiro.
Então, onde você vai quando seu coração dói?
Que seja para um lugar onde o tempo seja gentil.
Onde a fé tenha espaço.
E onde você possa reaprender a viver… mesmo com uma parte de você ainda doendo.
Porque um coração ferido também é um coração que amou.
E isso nunca é perda. É prova.
De que você viveu de verdade.
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