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É para isso que servem os livros.
Para viajar sem sair do lugar.
- Jhumpa Lahiri
Há quem diga que para conhecer o mundo é preciso colocar o pé na estrada, comprar uma passagem, perder-se em mapas. Mas há uma forma de viajar que dispensa malas, passaportes e aeroportos. Uma viagem que começa quando os olhos tocam as palavras e, de repente, o mundo inteiro se abre diante de nós.
É para isso que servem os livros.
Eles nos levam aos confins da Terra, às profundezas da alma humana, ao passado e ao que ainda não aconteceu. Com um livro nas mãos, podemos estar sentados na poltrona da sala e, ao mesmo tempo, caminhar por ruínas antigas, voar por desertos estrelados, conversar com reis, crianças, soldados, fantasmas. Podemos viver mil vidas e morrer outras tantas, só para renascer na próxima página.
Os livros são barcos silenciosos que navegam por dentro da gente. E cada história é uma bússola apontando para um lugar desconhecido: o outro. Um livro nos aproxima de culturas que nunca tocamos, de dores que nunca sentimos, de alegrias que desconhecíamos. E ao fazer isso, também nos aproxima de nós mesmos.
Há livros que nos deixam sem chão. Outros que nos devolvem o fôlego. Alguns nos fazem rir alto no meio de um ônibus lotado. Outros arrancam lágrimas no silêncio da madrugada. Mas todos, de algum modo, nos movem. Por dentro.
Viajar por um livro é sair sem sair, é se perder para se encontrar, é ver o mundo com olhos que não são os seus e, ainda assim, reconhecê-lo.
Jhumpa Lahiri estava certa: os livros nos libertam do espaço. São asas para quem tem medo de voar, abrigo para quem se sente só, janela para quem vive entre paredes.
Portanto, se hoje você não puder ir longe, vá fundo.
Pegue um livro.
E parta.
Porque às vezes, a maior jornada começa… com um virar de página.
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