Numa cidadezinha do interior, havia um homem simples. Conhecido por todos como o “idiota do povo”, ele andava pelas ruas com ares distraídos, cumprindo pequenos favores e aceitando as esmolas que lhe ofereciam com um sorriso sereno.
Num bar local, um grupo de homens fazia dele motivo de riso. Chamavam-no com frequência e ofereciam-lhe um “jogo” curioso: sobre a mesa, colocavam duas moedas — uma grande, vistosa, que valia 400 reais, e outra menor, discreta, com valor de 2000 reais.
O homem sempre escolhia a maior, e os risos vinham fáceis. “Viu só? Mais uma vez ele caiu!”, zombavam os outros, entre goles de cerveja e tapinhas nas costas.
Mas, certo dia, um observador atento que testemunhava aquela cena repetida, puxou o homem de lado e lhe perguntou, com ar de compaixão:
— Você nunca percebeu que a moeda menor vale muito mais?
O homem sorriu, com os olhos cansados, mas cheios de sabedoria:
— Claro que percebi. A grande é só cinco vezes menos valiosa. Mas se eu pegar a pequena, o jogo acaba. Eles param de brincar comigo. E eu deixo de ganhar minha moeda todos os dias.
O silêncio que se seguiu foi mais profundo que qualquer gargalhada já ouvida naquele bar.
Essa história poderia ser apenas uma anedota curiosa, mas carrega lições preciosas — se você estiver disposto a escutá-las com o coração aberto:
- Nem sempre quem parece tolo, é.
- Os verdadeiros bobos talvez estejam no outro lado da mesa.
- A ganância cega, e às vezes, é ela quem estraga o jogo.
Mas há algo ainda mais valioso aqui:
1. Você pode estar bem, mesmo que os outros te achem ridículo.
2. A opinião que mais importa é a que você tem sobre si mesmo.
3. A verdadeira inteligência, às vezes, é saber parecer tolo diante de quem finge sabedoria.
Afinal, o mais esperto da história não era aquele que ria — era o que continuava ganhando, calado.
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