Domingo é aquele intervalo sagrado entre o que passou e o que está por vir. Enquanto o mundo lá fora parece desacelerar, dentro da gente, o movimento é outro: silencioso, mas profundo. É dia de organizar o quarto, sim — mas também as ideias, os livros empoeirados, os sentimentos que ficaram soltos nos cantos da alma.
Entre dobrar roupas e empilhar lembranças, a gente reencontra saudades que nem lembrava que existiam. Algumas têm nome, outras não. São saudades sem sentido — dessas que só aparecem quando a casa está quieta e o coração, mais sensível.
Organizar o quarto vira um pretexto para reorganizar a vida. Cada livro no lugar certo, cada objeto de volta à prateleira, cada pensamento reenquadrado. E talvez não seja sobre encontrar respostas, mas sobre preparar o espaço interno para recebê-las.
Domingo é o dia da pausa que acolhe. É onde a gente limpa o que pesa e guarda com carinho o que ainda vale a pena carregar.
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