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sábado, 21 de junho de 2025

🌤️Quando o Sol Não Basta

Vivemos tempos em que o peso emocional de algumas pessoas se tornou quase uma nuvem permanente. E não, não se trata de julgar dores ou minimizar sofrimentos — afinal, todos carregamos tempestades internas. A crítica aqui está voltada para uma escolha de vida: a de cultivar o lamento como estilo, a de se agarrar à nuvem mesmo quando o céu se abre.

A frase “Tô fugindo de gente que vive com nuvem na cabeça… pra elas, nem o sol é suficiente” traz à tona uma exaustão legítima: a de quem se recusa a ser arrastado por quem se acostumou com o peso. É uma postura de proteção, não de egoísmo. Porque há quem, mesmo diante das possibilidades, prefira permanecer na escassez — emocional, afetiva ou espiritual — como se o desconforto fosse um lugar seguro.

Pedir leveza não é pedir perfeição. É desejar uma companhia que, apesar das dores, busca respiro. Que não transforma cada conversa num lamento, cada encontro numa queixa, cada dia num problema. Leveza não é ausência de profundidade — é presença de consciência. É entender que a vida é difícil, sim, mas que há escolhas entre permanecer no caos ou buscar, ainda que com esforço, um pouco de luz.

Essa crítica é um convite à autorresponsabilidade. A refletir: será que nos tornamos, sem perceber, aquela nuvem que ninguém mais consegue atravessar? Será que exigimos dos outros um sol que nem nós estamos dispostos a enxergar?

Há um limite entre empatia e exaustão. E quem deseja viver com o coração mais leve precisa, às vezes, escolher se afastar de quem insiste em cultivar a sombra — mesmo em dias de céu aberto.

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