A lagarta arrastava-se pelo chão, lenta, esquecida, desacreditada.
Diziam que ela jamais sairia dali.
Zombavam dos seus silêncios, dos seus olhos voltados para o alto, das pausas que fazia como quem sonha.
Um dia, ela disse que voaria.
E muitos riram.
Riram alto, como quem duvida sem pensar.
Como quem nunca entendeu que há coisas que não se explicam — só acontecem.
Só as borboletas ficaram em silêncio.
Elas sabiam.
Sabiam da dor do casulo, do escuro necessário, da espera impaciente.
Sabiam que antes de abrir as asas é preciso perder tudo aquilo que se era.
Sabiam que os sonhos mais bonitos nascem do invisível.
A verdade é que, por vezes, o mundo desacredita de quem ainda está no meio do caminho.
Julga a fase, ri da transformação.
Mas não vê a força escondida no processo.
Por isso, caminhe com quem entende a travessia.
Com quem olha pra você e já enxerga voo, mesmo quando tudo em você ainda é chão.
Caminhe com quem acredita, mesmo quando tudo ainda parece impossível.
Porque as risadas passam.
Mas o voo… ah, o voo permanece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário