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sábado, 28 de junho de 2025

👎Aprenda a dizer “isso não é meu”

Há um tipo de cansaço que não vem do corpo, mas da alma. E ele costuma aparecer quando a gente insiste em carregar o que não é nosso.

Ajudar é bonito, é nobre, é humano. Mas há uma linha tênue entre estender a mão e permitir que coloquem o mundo inteiro sobre os nossos ombros. Quando nos tornamos o ponto de apoio de tudo e de todos, esquecemos de sustentar a nós mesmos.

Carregar problemas alheios como se fossem nossos pode parecer um ato de empatia. Mas quando essa empatia se transforma em absorção, em culpa, em desgaste emocional, é preciso acender o sinal de alerta. Porque não adianta tentar salvar quem está se afogando se você mesmo esqueceu de colocar seu colete.

Pessoas com senso de responsabilidade elevado, com coração generoso, acabam atraindo demandas que não lhes pertencem. O amigo que deposita todas as queixas em você. O parente que exige soluções que não consegue construir por conta própria. O colega de trabalho que joga os erros sobre suas costas por saber que você “dá conta”.

E assim, sem perceber, você passa a dormir pouco, a viver com a mente em turbilhão, a sofrer por dores que não lhe cabem — e o mais irônico: ninguém percebe o seu esgotamento, porque estão ocupados demais com os próprios problemas.

É duro aceitar, mas é necessário: empatia não é anulação. Compreender o outro não exige sacrificar a própria saúde mental. Amar alguém não é virar depósito de frustrações alheias.

Aprender a dizer “isso não é meu” é um exercício de sanidade. E é também um ato de coragem.

Quem se sobrecarrega para aliviar o peso dos outros termina esmagado. E quem tenta ser abrigo de todas as tempestades acaba encharcado e doente.

Você pode ajudar, sim. Pode ouvir, acolher, aconselhar. Mas nunca à custa de perder sua paz. Porque quando você começa a adoecer por problemas que não são seus, o primeiro problema real é esse: você deixou de ser prioridade para si mesmo.

E no final, ninguém carrega por você o fardo que aceitou levar.

Então, antes de tomar para si o que é do outro, respire. Pergunte-se: isso é meu? Se não for, deixe onde está.

Você já tem o bastante com aquilo que realmente te pertence.

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