sexta-feira, 20 de junho de 2025

🚪Fechaduras e Chaves

Há almas que se encontram

como chaves esquecidas em bolsos antigos,

esperando pelas fechaduras certas.

E quando se encaixam —

sem forçar, sem pressa —

não é mágica, é verdade.

 

Uma alma gêmea

não é espelho,

é abrigo.

É quem destranca o que o mundo trancou,

quem entende o silêncio antes da palavra,

quem toca com cuidado onde tudo já foi dor.

 

É alguém cujas chaves

abrem portas que nem sabíamos existir.

E, no abrir de cada tranca,

surge o que temos de mais puro,

o eu mais nu,

mais leve,

mais inteiro.

 

Amar assim é despir-se de medo,

é ser sem máscara,

é confiar a própria essência

a quem não quer moldar,

mas acolher.

 

Cada um descobre a beleza escondida no outro,

como quem encontra flores

onde antes só havia terra seca.

 

E então, não somos mais dois,

mas dois inteiros que se revelam.

Chave e fechadura.

Caminho e descanso.

Amor e liberdade.

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