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sábado, 28 de junho de 2025

🙋🏼‍♂️Exige muito de ti e espera pouco dos outros

(Uma crônica inspirada em Confúcio)

Há uma espécie de liberdade silenciosa em parar de esperar demais dos outros.

No começo, soa como ceticismo, amargura ou frieza. Mas, com o tempo, percebemos que é, na verdade, uma das formas mais maduras de preservar a paz. Confúcio, com sua sabedoria antiga e ainda tão atual, nos deixou esse convite simples e poderoso: exige muito de ti, espera pouco dos outros.

E talvez ele soubesse que boa parte das nossas decepções não vem do que o outro faz, mas do que a gente esperava que ele fizesse.

Esperamos que reconheçam nossos esforços.

Esperamos que pensem como nós.

Esperamos que retribuam na mesma medida.

Esperamos que entendam, mesmo quando não explicamos.

Esperamos… esperamos… e nos frustramos.

Viver nessa eterna expectativa é como andar com os pés descalços sobre vidro: a cada passo mal dado, uma ferida nova. Por isso, há sabedoria em voltar-se para dentro, não como fuga, mas como reinício.

Quando começamos a exigir mais de nós — mais disciplina, mais paciência, mais clareza, mais ação —, mudamos a direção da bússola. O foco deixa de ser o que esperam de nós ou o que não recebemos, e passa a ser o que estamos construindo com o que temos.

Exigir de si não é ser duro consigo. É ser justo. É assumir o próprio caminho como responsabilidade. É parar de culpar o mundo pelo que ainda não floresceu em nós.

E esperar pouco dos outros não é deixar de amar, confiar ou acreditar nas pessoas.

É simplesmente entender que o outro é humano, limitado, distraído, falho — como eu, como você.

Menos cobrança, mais compreensão. Menos espera, mais entrega.

Quem aprende isso, coleciona menos aborrecimentos e mais serenidade.

Afinal, a verdadeira paz não está em controlar o outro. Está em governar a si mesmo.

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