domingo, 22 de junho de 2025

🫂Escuta que Abraça

Às vezes, o que mais queremos

não é conselho,

nem resposta,

nem solução.

É apenas ser ouvidos

com alma inteira

e presença gentil.

 

Um silêncio que não pesa,

mas acolhe.

Um olhar que não apressa,

mas compreende.

Ouvidos que não cortam a fala,

nem desviam para os ponteiros do relógio

ou para as telas sempre famintas de atenção.

 

Que tempo é esse,

em que falamos tanto

mas escutamos tão pouco?

Em que os lábios se movem sem pausa

e os corações permanecem calados?

 

Ah, como faz falta

uma escuta sem julgamento,

um ombro que não se esquiva,

um “estou aqui” que não precise ser dito

porque já é sentido.

 

Porque ouvir, de verdade,

é um gesto raro.

É toque sem mão,

abrigo sem parede,

cura sem remédio.

 

E quem sabe,

no meio do ruído do mundo,

a gente aprenda, enfim,

a ser abrigo um do outro —

no silêncio que escuta,

na pausa que ama.

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