Aprender a ler um olhar
é desvendar o que as palavras escondem,
é ouvir com a alma
aquilo que a boca silencia.
É saber quando um brilho é ternura,
e quando o mesmo brilho
esconde uma lágrima contida.
É perceber, no silêncio do gesto,
o grito de quem precisa ser visto,
a presença de quem, mesmo calado,
está inteiro.
Alfabetizar sentimentos
é ir além da lógica —
é ler entre as linhas do coração,
é interpretar suspiros, desvios,
timidez e coragem
no mesmo rosto.
Porque há verdades que moram nos olhos,
confissões que não suportam som,
e afetos que só se entendem
com o coração atento.
Quem aprende a ler olhares,
descobre um idioma
que o tempo não apaga —
a linguagem secreta
de tudo o que é genuíno.
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