sábado, 21 de junho de 2025

🗣️Quando o silêncio fala mais alto

Vivemos cercados de ruídos. Ruídos externos — buzinas, alertas, notificações — e ruídos internos — dúvidas, cobranças, expectativas. Em meio a tanto barulho, esquecemos o valor essencial do silêncio. Não o silêncio da omissão ou do descaso, mas aquele silêncio cheio de intenção e significado. Aquele que não cala por medo, mas por sabedoria.

A frase “Às vezes o silêncio traz a mensagem que cada um precisa ouvir” não é apenas poética — é profundamente verdadeira. Em um mundo onde todos querem falar, opinar, responder rapidamente, o silêncio surge como um ato de coragem e escuta. Ele não busca convencer, apenas convida à reflexão. Ele não impõe, mas oferece espaço. O silêncio bem colocado é, muitas vezes, mais eloquente que qualquer discurso inflamado.

Há momentos em que palavras seriam ruído, e o silêncio, um gesto de respeito. Respeito pela dor do outro. Respeito pela própria dúvida. Respeito pelo tempo necessário que certas respostas exigem. Nessas horas, o silêncio não é ausência — é presença refinada.

Mais ainda: o silêncio permite que a verdade de cada um se manifeste. Ao não preencher todos os vazios com explicações ou justificativas, ele dá lugar para que cada pessoa ouça o que realmente precisa — mesmo que doa, mesmo que incomode, mesmo que transforme. E talvez por isso ele seja tão temido: porque obriga o encontro consigo mesmo.

Em tempos em que falar virou compulsão e escutar se tornou raro, cultivar o silêncio é quase um ato de rebeldia. É também um ato de fé — fé de que, mesmo calado, algo se comunica. Algo se revela.

E assim, enquanto tantos gritam para serem ouvidos, o silêncio segue — firme, discreto, profundo — dizendo aquilo que as palavras não conseguem.

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